Resumo: | As comunidades hindus em diáspora têm sido estudadas sobretudo do ponto de vista das histórias da adaptação aos países de acolhimento, esquecendo que estas populações se instalam em contextos urbanos complexos que urge serem convocados para o debate nas ciências sociais. Para o estudo das comunidades em foco, propomos seguir o repto de Bassant e Kaufmann (2000), que equacionam a mobilidade espacial como facto social total. As famílias hindus que optaram por uma terceira migração para Inglaterra (após terem passado por Moçambique e Portugal) deslocam-se entre cidades onde residem e onde têm familiares. Uma etnografia sobre estes movimentos desvenda os trajectos necessários para a realização das tarefas religiosas, para o acesso ao emprego e para residirem mais perto da família. Face a estas dinâmicas, estamos perante a necessidade de debater as actuais propostas sobre o conceito de mobilidade social, mesclando a mobilidade territorial com as mobilidades residencial e urbana dos actores sociais em causa.
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