Summary: | Os revestimentos de placas de pedra natural, frequentemente utilizados em Portugal, estão associados à imagem de construção de elevada qualidade e de particular beleza. A grande diversidade das rochas de origem das placas existentes no mercado e o seu potencial estético, em conjunto com a durabilidade reconhecida a este tipo de material, cria uma variedade de aplicações e faz com que a sua utilização em fachadas seja uma preferência. No entanto, a utilização deste tipo de revestimento apresenta muitas vezes anomalias, não só a nível estético mas também a nível funcional que, nos casos mais graves, chegam a afetar a segurança dos transeuntes. A fixação direta ao suporte, por vezes apenas por colagem com argamassa-cola, encontra-se, ainda, muito generalizada em revestimentos exteriores de paredes e o resultado traduz-se frequentemente na típica anomalia de desprendimento e queda de placas. As fachadas encontram-se em contacto direto com os agentes climáticos como a chuva e as elevadas amplitudes térmicas, que obrigam a pedra natural e o produto de colagem a sofrer dilatações, contrações e deformações, criando tensões elevadas que podem conduzir à rotura das interfaces, ou de um dos elementos. Na presente comunicação apresenta-se um caso de estudo com as anomalias referidas, ilustrando erros de projeto e de aplicação da pedra natural. Descrevem-se os ensaios realizados em laboratório e faz-se a avaliação dos resultados obtidos para determinação do comportamento do sistema (pedra/cola/reboco) às variações térmicas, com o objetivo de esclarecer a origem das anomalias neste tipo de revestimentos.
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