O impacto da fisioterapia intensiva e precoce num adulto jovem com acidente vascular cerebral durante o internamento por Covid 19

Introdução: A infecção por SARS Cov 2 está associada ao aumento do risco de eventos vasculares trombóticos incluindo o AVC. A percentagem de indivíduos infetados que têm AVC é de cerca de 1,2% e a média de idades é inferior quando comparada com indivíduos com AVC não infetados. A necessidade de vent...

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Bibliographic Details
Main Author: Palma, Ana (author)
Other Authors: Correia, Anabela (author)
Format: conferenceObject
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.21/12840
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ipl.pt:10400.21/12840
Description
Summary:Introdução: A infecção por SARS Cov 2 está associada ao aumento do risco de eventos vasculares trombóticos incluindo o AVC. A percentagem de indivíduos infetados que têm AVC é de cerca de 1,2% e a média de idades é inferior quando comparada com indivíduos com AVC não infetados. A necessidade de ventilação mecânica invasiva (VMI) aumenta o risco de AVC. A hipercoagulação, a inflamação multissistémica e as respostas imuno mediadas, poderão estar na génese destes fenómenos. Caso clínico: Homem 44 anos, previamente autónomo, história de Síndrome depressivo, obesidade e tabagismo. Internado a 11 de agosto por pneumonia Sars Cov2, transferido para UCI dois dias depois, onde permaneceu 34 dias, 26 em VMI. Iniciou fisioterapia a 16 de agosto, Escala de Mobilidade Unidade de Cuidados Intensivos - 0 à entrada e à saída. Extubado a 5 de setembro afónico, miopático, com mioclonias dos membros superiores e sem movimentos tivos. A 8 de setembro crise tónico-clónica com desvio da comissura labial. TAC: enfarte isquémico da artéria sílvica direita. A 14 de setembro começou a comunicar piscando os olhos, esboçava movimento dos membros superiores. Transferido para enfermaria de Infeciologia a 17 de setembro onde permaneceu 21 dias. À entrada totalmente dependente na mobilidade no leito, Atividades da Vida Diária (AVDs) e transferências, Força Muscular (FM) muito diminuída, fraca ativação da core, estabilizadores escapulares e sem controlo cefálico. Labilidade emocional, dirigia o olhar e tentava cumprir ordens simples, mantendo a atenção por curtos períodos, Medida de Independência Funcional (MIF) motor 13. À saída parcialmente dependente nas transferências e MIF motor 23. Transferido para internamento de reabilitação a 7 de outubro onde realizava: duas sessões diárias de fisioterapia, uma de terapia ocupacional, terapia da fala e treino de participação nas atividades de higiene e alimentação na enfermaria. A fisioterapia centrou-se na facilitação neuromuscular, visando a seletividade e aumento do recrutamento motor, treino funcional, estimulação multissensorial e equilíbrio visando a melhoria da eficácia dos ajustes posturais, treino de marcha e treino de reeducação ao esforço. Alta para o domicílio a 19 de outubro com MIF motor 72 e FM funcional, independente na maioria das AVDs, necessitando de supervisão na marcha (com 2 canadianas). Conclusão: O acompanhamento contínuo da fisioterapia desde o internamento em UCI, assim como o apoio social e familiar deste indivíduo permitiu um regresso precoce a casa com um impacto positivo na sua independência funcional e participação nas AVDs.