Summary: | As zonas costeiras possuem uma cultura e um modo de vida com muitos séculos de existência, servindo os interesses da humanidade e fornecendo uma ampla gama de funções que estimulam a fixação de pessoas e consequentemente o aumento de aglomerados urbanos nas zonas costeiras. Estas zonas do litoral constituem ecossistemas únicos e irreconstituíveis à escala humana, que actualmente tem o seu delicado equilíbrio posto em causa como consequência da erosão costeira, prejudicando os habitats naturais e os povoamentos humanos, destruindo as actividades económicas e ameaçando a vida humana. Para combater a erosão costeira são conhecidas várias possibilidades de intervenção de defesa costeira, que devem ser bem avaliadas antes de utilizadas, já que conduzem a custos elevados. Torna-se por isso importante fazer um balanço do custo/benefício destas intervenções em comparação com o valor do património da zona a defender, ou seja, levanta-se a questão: a melhor solução é retirar ou defender? Através de uma análise custo/benefício, este trabalho pretende compreender em que situações a melhor opção é a defesa da zona costeira e quais as situações em que o custo de manutenção/construção da defesa é superior ao valor do património a proteger, de maneira a facilitar as tomadas de decisão. Desta forma, inicialmente identificam-se e quantificam-se genericamente todos os factores positivos (os benefícios) e todos os factores negativos (os custos) em diferentes cenários de intervenção de defesa costeira. Recorrendo-se à modelação numérica da evolução da linha de costa, simularam-se diferentes cenários numa zona costeira vulnerável de Portugal, a zona de Aveiro. Esta metodologia, aplicada de uma forma simples, e com algum grau de incerteza, permitiu a quantificação do custo e do benefício das diversas opções, permitindo verificar-se que apesar de representar custos, a melhor opção nesta análise é a de intervir, protegendo as zonas costeiras.
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