Humanitude como estratégia da relação terapêutica numa Unidade de Cuidados Continuados Integrados

INTRODUÇÃO: Em 1995, surgiu o conceito de humanitude como uma filosofia que se resume na prática à utilização permanente do “coração” na prestação do cuidar, que respeita e se preocupa com a pessoa e que denuncia a desumanização do cuidado. A relação terapêutica e, consequentemente a relação de ajud...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Santos, Maria Vale (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2019
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10198/19244
Country:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/19244
Description
Summary:INTRODUÇÃO: Em 1995, surgiu o conceito de humanitude como uma filosofia que se resume na prática à utilização permanente do “coração” na prestação do cuidar, que respeita e se preocupa com a pessoa e que denuncia a desumanização do cuidado. A relação terapêutica e, consequentemente a relação de ajuda estão diretamente relacionadas com a filosofia de cuidado humanitude (FCH), uma vez que durante a prestação dos cuidados deverá existir uma sintonia entre a memória emocional (via afetiva), recorrendo ao uso de linguagens integradas, e os pilares desta filosofia (a palavra, o olhar, o toque, o sorriso, o vestuário e a verticalidade). OBJETIVOS: Este estudo tem como finalidade/objetivo geral, identificar o uso da ferramenta Humanitude ao serviço do cuidar junto da equipa de profissionais da UCCI de Santo António e a importância da Filosofia de Cuidados Humanitude (FCH) como estratégia da relação terapêutica. Para tal formularam-se os seguintes objetivos específicos: avaliar os conhecimentos sobre a metodologia Humanitude junto da equipa de profissionais da UCCI de Santo António; avaliar competências relacionais de ajuda promotoras da relação terapêutica. METODOLOGIA: Este estudo classifica-se do ponto de vista estatístico como exploratório, descritivo, inferencial e correlacional e do ponto de vista da dimensão temporal como transversal. A população deste estudo é constituída pelos 55 profissionais de saúde (cuidadores formais) a exercer funções na Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Santo António, sendo que amostra é composta por 36 destes profissionais: 2 Administrativos(as) (5.6%); 1 Animador Sociocultural (2.8%); 1 Assistente Social (2.8%); 9 Enfermeiros(as) (25.0%); 3 Fisioterapeutas (8.3%); 1 Médico(a) (2.8%); 1 Nutricionista (2.8%); 1 Psicólogo(a) (2.8%); 15 Técnicos(as) Auxiliares de Saúde (41.7%); 1 Terapeuta da Fala (2.8%); e, 1 Terapeuta Ocupacional (2.8%). Como Instrumento de Recolha de Dados, foi utilizado um questionário composto por três partes: Questionário de caracterização sociodemográfica do cuidador formal; Inventário de Competências Relacionais de Ajuda (ICRA); Questionário da Metodologia de Cuidados Humanitude. Formularam-se três hipóteses de investigação: existem diferenças nas competências relacionais dos profissionais da UCCI de Santo António de acordo com o sexo; existem diferenças nas competências relacionais dos profissionais da UCCI de Santo António de acordo com o ter tido ou não formação em Humanitude; existem iv diferenças nas competências relacionais dos profissionais da UCCI de Santo António de acordo com a função exercida. RESULTADOS: Os resultados obtidos neste estudo revelam que os participantes responderam na sua larga maioria, ao longo das linhas da FCH, apesar da maioria não ter tido formação específica em Metodologia de Cuidados Humanitude (86.1%). Contrariamente, ao que seria expectável, os profissionais que não tiveram formação em FCH são os que pontuam mais alto no ICRA nas dimensões empatia e comunicação. Quanto às competências relacionais de ajuda, podemos afirmar que os Técnicos Auxiliares de Saúde são os primeiros a apresentar pontuações médias superiores nas dimensões empatia e contato e os enfermeiros na dimensão comunicação. CONCLUSÃO: Através deste estudo alcançamos todos os objetivos, contudo não foi possível comprovar as três hipóteses formuladas.