Empatia em cuidados de saúde

Introdução: A medicina tem evoluído de forma extraordinária ao longo do tempo e, nomeadamente, a partir da segunda metade do século XX, existiu um grande progresso científico e tecnológico nesta área. Contudo, as competências relacionais, ferramentas tão válidas e importantes como as tecnológicas, n...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Barata, Andreia Raquel Martins (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2020
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.6/8916
Country:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8916
Description
Summary:Introdução: A medicina tem evoluído de forma extraordinária ao longo do tempo e, nomeadamente, a partir da segunda metade do século XX, existiu um grande progresso científico e tecnológico nesta área. Contudo, as competências relacionais, ferramentas tão válidas e importantes como as tecnológicas, não têm acompanhado essa evolução. Apesar do valor que lhe é reconhecido no seio da comunidade médica e de alguns progressos na definição do conceito de empatia clínica, este ainda é marcada pela ambiguidade e controvérsia, o que limita a exploração de todo o seu potencial. Objetivos: Realização de uma revisão sistemática da literatura sobre empatia clínica, tendo como objetivos clarificar a definição, como deve ser operacionalizada e aplicada na prática clínica e quais os seus efeitos no médico, no doente e na evolução do processo terapêutico. Metodologia: Pesquisa nas bases de dados PubMed, SciELO, Web of Science e Scopus. Foram definidos como critérios de inclusão os artigos publicados nos últimos dez anos, em três línguas (Português, Inglês e Espanhol), estudos realizados com amostras humanas e com texto completo acessível. Foram selecionados 60 artigos para esta revisão. Resultados/conclusões: Hojat propôs a definição de empatia clínica como um atributo predominantemente cognitivo que engloba o entendimento das experiências, preocupações e perspetivas do doente, em combinação com a capacidade de comunicar ao doente esse entendimento. Esta definição reforça a importância da distinção entre cognição e emoção e, consequentemente, entre empatia e simpatia, e permite a operacionalização do conceito através da aplicação de instrumentos cientificamente validados. Estudos revelaram que o estabelecimento de uma relação empática tem um efeito positivo não apenas no doente e na evolução do seu processo terapêutico - diagnóstico, prognóstico e tratamento, mas também no médico e até no sistema de saúde. O contributo das neurociências veio ajudar na clarificação do termo. No entanto, apesar de alguns avanços, este é um terreno que não se esgotou, havendo muito para fazer nesta área, sobretudo se não se partir de um conceito objectivo, mensurável e aceite por toda a comunidade médica.