Summary: | A pele é o maior órgão do corpo humano e está envolvida na preservação da homeostase dos fluidos do corpo, na regulação térmica e na protecção contra agentes infecciosos. Após uma lesão, a pele tem de ser revestida de forma a diminuir a dor, a contaminação, o risco de infecção e a desidratação do paciente. O processo de regeneração de uma lesão cutânea é complexo e envolve uma resposta integrada de vários tipos de células e factores de crescimento. No presente estudo foi avaliado a aplicabilidade de um hidrogel, à base de quitosano, no tratamento de lesões de pele. A morfologia do hidrogel foi caracterizada através de imagens de microscopia electrónica de varrimento. A biocompatibilidade e biodegrabilidade deste biomaterial foi avaliada através de ensaios in vitro e in vivo. Os fibroblastos isolados da pele de ratos Wistar, foram usados como modelos nos ensaios in vitro, de modo a avaliar a citotoxicidade do hidrogel. Os fibroblastos aderiram e proliferaram na presença do biomaterial em estudo, o que permitiu concluir a ausência de citotoxicidade deste, assim como dos produtos resultantes da sua degradação. A aplicabilidade do hidrogel no tratamento de lesões cutâneas foi avaliada em ratos Wistar, por indução de lesões profundas na pele. O processo de cicatrização da lesão foi monitorizado macroscopicamente e por análise histológica. A análise macroscópica revelou que as queimaduras dos animais tratados com o hidrogel de quitosano cicatrizaram mais rapidamente do que os animais usados como controlo. A análise histológica revelou a ausência de reacção inflamatória ou anormalidades patológicas nos órgãos obtidos por necrópsia nos animais tratados com o hidrogel, o que suporta a histocompatibilidade local e sistémica do biomaterial. Os resultados obtidos sugerem que este biomaterial poderá ajudar a restabelecer a estrutura da pele.
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