Resumo: | Introdução: O Síndrome de junção ureteropélvico (SJU) é uma das patologias urológicas pediátricas mais frequentes. Constitui a causa mais comum de hidronefrose no período neonatal. O SJU esta presente bilateralmente em cerca de 10% dos casos, sendo na maioria unilateral e com maior frequência localizado à esquerda (60%). A pieloplastia de Anderson-Hynes é o procedimento cirúrgico de eleição. O seguimento pré-natal dos SJU bilaterais é controverso. O objectivo deste estudo foi avaliar os resultados obtidos no tratamento dos casos de SJU bilateral na Unidade de Urologia Pediátrica do Centro Hospital do Porto. Materiais e Métodos: Foi efectuada uma análise retrospec- tiva dos doentes submetidos a pieloplastia desmembrada nos últimos 16 anos na Unidade de Urologia Pediátrica do Centro Hospital do Porto. No período entre Janeiro de 1999 e Março de 2015, foram submetidos a pieloplastia desmembrada de Anderson-Hynes 560 pacientes, 7 apresentando síndrome de junção bilateral (1.25%). Foram colhidos os dados relativos ao seguimento pré e pós-operatório e as complicações a curto e longo prazo. Os estudos imagiológicos incluíram o MAG3 (mercapto-acetyl-triglycine renal scan) com teste de furosemida. Os resultados pós-operatórios foram comparados com os dados anteriores. Resultados: Todos os pacientes com SJU bilateral tiveram diagnóstico pré-natal. Relativamente à caracterização da amostra obtida (N = 7), 85,7% eram do sexo masculino. Todos realizaram inicialmente pieloplastia unilateral, e a média de idades foi de 3 meses (valores entre 20 dias e 1 mês). Observado um caso de regressão espontânea da hidronefrose contralateral, e os restantes 6 pacientes foram submetidos a pieloplastia contralateral. Não se registaram complicações a curto ou longo prazo, sem necessidade de reoperação por recidiva. Conclusão: A pieloplastia desmembrada de Anderson-Hynes é um procedimento seguro e eficiente no tratamento do síndrome de junção ureteropélvico bilateral. Existem poucas séries descritas na literatura. Estudos semelhantes contribuem para esclarecer a melhor conduta no tratamento e seguimento desde doentes.
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