A fortuna ao serviço da salvação da alma, da família e da memória, através dos testamentos dos arcebispos e dignatários de Braga na Idade Média (séculos XII-XV)

O alto clero bracarense medieval encarou os bens materiais como uma manifestação da benção divina e do poder temporal. Preocupado com o destino da sua riqueza, dispôs dela em testamento. Num primeiro momento, este artigo mostra que parte considerável da fortuna individual foi aplicada a favor da alm...

ver descrição completa

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Carvalho, Elisa Maria Domingues da Costa (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2011
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.14/4418
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/4418
Descrição
Resumo:O alto clero bracarense medieval encarou os bens materiais como uma manifestação da benção divina e do poder temporal. Preocupado com o destino da sua riqueza, dispôs dela em testamento. Num primeiro momento, este artigo mostra que parte considerável da fortuna individual foi aplicada a favor da alma, na preparação cuidada da sepultura, nas cerimónias de enterramento e nos sufrágios post mortem. Numa segunda parte, demonstra-se que a família (conceito que abrange parentela e protegidos) não foi esquecida, tendo os clérigos valorizado a propriedade vinculada e a figura do herdeiro universal, preferencialmente também clérigo. Por fim, conclui-se que a disposição de bens por testamento foi uma forma privilegiada de fazer perdurar a memória do testador, de demonstrar poder e riqueza, enfim, de manter, para além das barreiras do tempo, uma imagem individual no seio de uma colectividade.