Summary: | Este trabalho tem como objetivo apresentar um ensaio sobre a tipologia dos antropónimos do Bié, analisando a atribuição de nomes em língua umbundu, a constituição e a frequência dos nomes do Bié. Trata-se de um estudo sobre a Antroponímia em língua umbundu: nomes portugueses e nomes umbundu Realizou-se um estudo sistemático sobre a frequência e a constituição de nomes do Bié, de acordo com as seguintes fontes documentais: registos de batismo e de nascimento do Registo Civil da Conservatória do Bié e da Igreja Evangélica Congregacional do Bié. Os resultados obtidos mostram que o sistema antroponímico do Bié na década de 70 era constituído por nomes de dois elementos, na década de 80 por nomes de três elementos e na década de 90 por nomes de quatro elementos. Quanto a frequência registou-se que Maria, António e José são os nomes próprios mais frequentes e Jamba, Cassinda e Ngueve como segundos, terceiros e quartos nomes mais frequentes. Acreditamos que a constituição e a frequência dos nomes do Bié estão relacionadas com a influência do sistema europeu e a substituição de nomes africanos por nomes europeus na era colonial. De acordo com os resultados obtidos podemos concluir que o sistema antroponímico do Bié tem semelhanças com o sistema antroponímico europeu, melhor dizendo, trata-se de um sistema combinatório (nomes europeus e nomes africanos). Os nomes europeus e cristãos, ocorrem como nomes próprios e apelidos. Os nomes umbundu ocorrem como complemento antroponomástico (sobrenomes e apelidos). A constituição de nomes umbundu está associada a critérios de natureza antropológica. Por consequência, os pais e os padrinhos não têm papel decisivo na escolha do nome da criança. Em suma, os nomes do Bié, atualmente, são constituídos por 5 elementos, conforme prescreve o Decreto-Lei n.º 10/85 de 19 de outubro.
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