Resumo: | No contexto hospitalar, o uso de medicação é a forma mais comum de tratamento dos clientes. Os erros relacionados com o seu uso podem causar danos temporários ou permanentes, ou até a morte dos clientes. O enfermeiro é o principal responsável pela preparação e administração de terapêutica. As crianças são mais vulneráveis ao erro que os adultos, devido às suas características particulares. Quando o erro acontece, o enfermeiro vivencia sentimentos e emoções face ao sucedido. Este estudo intitulado: “sentimentos e emoções do enfermeiro de pediatria perante o erro de medicação” tem como objetivos identificar os sentimentos/emoções que o enfermeiro de pediatria experiencia quando comete um erro de medicação, identificar o apoio de que necessita para ultrapassar o facto de ter cometido um erro de medicação quando daí resulte um trauma emocional, identificar as estratégias que adota para evitar os erros de medicação e identificar as estratégias/medidas institucionais que considera importantes e que propõe para a prevenção do erro de medicação no seu local de trabalho. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com uma abordagem quantitativa e transversal. A colheita de dados foi feita com recurso a um questionário junto de uma amostra não probabilística por conveniência, constituída por 69 enfermeiros que trabalham nos serviços de pediatria, neonatologia, urgência pediátrica e consulta externa de pediatria do Hospital Sousa Martins, do Hospital Pêro da Covilhã e do Hospital Amato Lusitano. Os resultados obtidos indicam que após cometer um erro de medicação os sentimentos/emoções mais vivenciados são a preocupação (25,6%), a ansiedade (21,8%) e a culpa (18,8%). O enfermeiro considera o apoio emocional e o apoio psicológico igualmente importantes (48,8%) para ultrapassar o facto de ter cometido um erro de medicação, quando daí resultar um trauma emocional. A dupla confirmação (pessoal e por outro colega) é a estratégia pessoal mais referida (24,7%) que o enfermeiro adota para evitar a ocorrência de erros de medicação. A identificação correta da criança/jovem é a estratégia/medida institucional que o enfermeiro mais refere como importante (11,4%) para a prevenção do erro de medicação. A prescrição eletrónica (implementação e uso correto) é a estratégia/medida mais referida (14,1%) que o enfermeiro propõe para prevenir a ocorrência de erros de medicação no serviço onde trabalha.
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