Resumo: | O trabalho ocupa um espaço determinante na vida de um indivíduo (Wrzesniewski, McCauley, Rozin, & Schwartz, 1997) e para os indivíduos cujo trabalho mostra-se importante na sua vida, dá sentido à sua existência (Wrzesniewski, 2003) tornando-se assim, parte da sua identidade (Vallerand, & Houlfort, 2003), dando ênfase à importância da paixão pelo trabalho para o bem-estar dos trabalhadores e consequentemente das organizações. O estudo tem como objetivo averiguar o contributo explicativo dos dois tipos de paixão pelo trabalho, a paixão harmoniosa e a paixão obsessiva, sobre os consequentes organizacionais de engagement, job crafting e perceção de desempenho individual no trabalho. Para este efeito, este estudo teve como base o modelo da paixão pelo trabalho “Employee Work Passion Appraisal” (Zigarmi, Nimon, Houson, Witt, & Diehl, 2009), tendo sido investigado associações estatísticas da abordagem dualista da paixão utilizada como antecedente em resultados organizacionais positivos e negativos (engagement, job crafting e perceção de desempenho individual no trabalho). Foi ainda investigado o contributo explicativo da paixão pelo trabalho, engagement e job crafting sobre a perceção de desempenho individual, explicando 63.5% deste. A amostra é constituída por um total de 305 trabalhadores. As hipóteses foram avaliadas recorrendo ao cálculo do coeficiente de correlação de Pearson e a regressões lineares simples e hierárquicas. No geral os resultados suportam as hipóteses definidas, havendo um contributo positivo da paixão harmoniosa sobre os resultados organizacionais e um contributo negativo da paixão obsessiva sobre os mesmos. As limitações do estudo são apresentadas, bem como sugestões para futura investigação.
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