Infecção respiratória por bactérias do complexo cepacia: Evolução clínica em doentes com fibrose quística

O complexo Burkholderia cepacia (Bcc) é um grupo constituído por nove espécies de bactérias patogénicas oportunistas na fibrose quística (FQ), associadas a prognóstico mais reservado e a infecção cruzada entre os doentes. Existe grande heterogeneidade na deterioração pulmonar dos doentes colonizados...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Correia,Susana (author)
Outros Autores: Nascimento,Catarina (author), Pereira,Luísa (author), Cunha,Mónica V (author), Sá-Correia,Isabel (author), Barreto,Celeste (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2008
Assuntos:
Texto completo:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-21592008000100001
País:Portugal
Oai:oai:scielo:S0873-21592008000100001
Descrição
Resumo:O complexo Burkholderia cepacia (Bcc) é um grupo constituído por nove espécies de bactérias patogénicas oportunistas na fibrose quística (FQ), associadas a prognóstico mais reservado e a infecção cruzada entre os doentes. Existe grande heterogeneidade na deterioração pulmonar dos doentes colonizados/infectados com Bcc, evoluindo, por vezes, de forma fulminante - síndroma da cepacia. Com o objectivo de avaliar a relação entre a colonização/infecção com as diferentes espécies do Bcc e a evolução clínica, os autores analisaram, retrospectivamente, 31 doentes com FQ acompanhados no Hospital de Santa Maria com isolamentos entre Janeiro de 1995 e Março de 2006. Os doentes foram divididos nos grupos: Grupo I - isolamento intermitente (15 doentes) e Grupo II - isolamento crónico (16 doentes). A prevalência das espécies do Bcc foi: B. cepacia 57%, B. cenocepacia 43%, B. multivorans 7%, B. stabilis 13%. Três doentes faleceram com síndroma da cepacia. As espécies B. cepacia e B. stabilis, pouco frequentes nas populações de FQ caracterizadas na Europa e na América do Norte, foram isoladas de uma percentagem importante dos doentes estudados, não tendo sido possível estabelecer uma correlação entre a espécie e a evolução clínica. Nos doentes deteriorados, mas não nos estáveis, do grupo II, em quem foi possível analisar retrospectivamente a função respiratória (FEV1) e os períodos de internamento por exacerbação pulmonar, encontraram-se algumas diferenças relevantes antes e após o isolamento de Bcc. Perante a incapacidade actual de orientar as medidas de profilaxia através da caracterização molecular dos isolados de Bcc, há que manter as medidas de controlo recomendadas.