Resumo: | Estudos recentes demonstram que o jardim de infância é um lugar privilegiado para a aquisição da linguagem pela criança que, na faixa etária dos 3 aos 6 anos, se encontra em plena expansão nesta área do desenvolvimento. Mas nem sempre o desenvolvimento da linguagem ocorre do modo esperado e adequado, ocorrendo por vezes, Perturbações da Comunicação (PC). Com este estudo, desenvolvido no âmbito de um estágio, procurámos avaliar a linguagem (fonética e fonologia) de uma criança com 3A6M, do sexo masculino, com alterações na fala, incluída numa sala de jardim de infância onde se utilizava como modelo pedagógico, a Pedagogia-em-Participação (PeP). A avaliação foi realizada através do Teste Fonético-Fonológico: ALPE (Mendes et al., 2009). Os resultados obtidos demonstraram que a criança se encontrava no percentil 5, abaixo do esperado para a sua idade, apresentando assim, uma Perturbação Fonológica. Após a avaliação, procedemos à intervenção, partindo das potencialidades das várias dimensões da PeP ao nível da linguagem, assim como, de algumas atividades dirigidas ao desenvolvimento da consciência fonológica e da linguagem oral. Segundo Rios (2011), o desenvolvimento da consciência fonológica em idade préescolar promoverá o sucesso futuro na aquisição da literacia. Após a intervenção (passados 7 meses), procedeu-se novamente à avaliação da linguagem da criança através do mesmo teste (TFF-ALPE). Verificaram-se progressos muito satisfatórios: então com 4A1M, as competências da criança situavam-na no percentil 25. A forma como as dimensões pedagógicas da PeP foram organizadas para criar oportunidades de aprendizagem significativas e para promover a participação e comunicação diária das crianças, poderá ter permitido à criança alvo de intervenção conviver num ambiente verbalmente estimulante, o que, consequentemente, lhe permitiu adquirir novos conceitos, alargar o seu vocabulário e ter um maior domínio da linguagem oral.
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