Summary: | Na década de 1970 verificaram-se grandes mudanças na sociedade portuguesa no que respeita à situação das mulheres e à visibilidade de obras de autoria feminina. A obra que iniciou Helena Marques na ficção, O último cais, busca a identidade da mulher portuguesa tornando visível a terceira mulher na designação de Lipovetsky. Esta fase da luta feminista, cuja repercussão na obra de Helena Marques é notória, nega uma identidade feminina definida pelos homens e problematiza uma conceção universalista das mulheres. No entanto, o universo ficcional de Helena Marques reporta-se à primeira fase, ficcionando aspetos práticos dessa luta como o direito ao voto ou colocando em causa estereótipos de representação do feminino. Neste contexto, este romance evidencia as diferentes estratégias de mulheres fortes perante situações adversas.
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