A guerra colonial: balanço sobre custos financeiros, perdas humanas e ganhos de desenvolvimento

Procurámos nesta dissertação ir para além dos juízos imediatistas que percecionam a guerra como um mal absoluto que se deve recusar incondicionalmente, sem tomar em conta, concretamente no caso português, tanto os amplos investimentos que esta justificou – e o ato colonial em si – como o factoirreve...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Almeida, António Simões de (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2014
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.6/1605
País:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1605
Descrição
Resumo:Procurámos nesta dissertação ir para além dos juízos imediatistas que percecionam a guerra como um mal absoluto que se deve recusar incondicionalmente, sem tomar em conta, concretamente no caso português, tanto os amplos investimentos que esta justificou – e o ato colonial em si – como o factoirreversíveldo fim desta, com o abandono dos militares portugueses das antigas colónias, ter colocado em causa a progressão socioeconómica nestes países que o investimento da metrópole à época ia promovendo. Questionamos também a exemplaridade da descolonização salientando que foi precisamente no ano de 1974, no atribulado período de mudança de regime em Portugal e do derradeiro processo de descolonização, que “dispararam” os números de mortos em combate em comparação com os restantes doze anos de guerra. Para além de que, frisamos, não se pode afirmar que existiu, por parte dos governantes da altura, uma política ordenada e robusta para a evasão, proteção e acolhimento dos retornados, contrariamente àquilo que uma certa propaganda quis assegurar. Depois de analisados os custos financeiros que a guerra colonial acarretou aos cofres portugueses, partindo, nomeadamente, do cálculo dos gastos com os militares, concluímos, corroborando outrasanálises, quepodemos atribuir a estes custos um peso de mais de 40% no orçamento anual da metrópole. Por fim, deixamos problematizados tópicos relacionados com a guerra e a sua justificação, sugerindo que as fronteiras entre vencedores e vencidos são sempre mais ténues e ambíguas do que aquilo que as visões redutoras e acríticas sobre esta fazem crer.