Summary: | Ao longo de várias décadas, o interesse pela educação dos alunos sobredotados foi sendo alimentado pela curiosidade dos investigadores nas mais diversas áreas do conhecimento. Porém, a sobredotação agrega algumas dúvidas e ambiguidades, emergentes do seu conceito assente em múltiplos critérios e múltiplos talentos, acabando por criar dificuldades na identificação e consequentemente na especificação das medidas educativas a serem aplicadas a cada caso. Apesar dos alunos sobredotados terem direito a uma educação diferenciada e dirigida às suas necessidades, estes não costumam ser alvo de grande preocupação por parte do sistema educativo e dos seus intervenientes. Tomando estas preocupações, a componente teórica desta dissertação centra-se na concetualização da sobredotação, no processo de identificação, e na intervenção do sistema educativo face a estes alunos. A componente empírica assume um grande objetivo que é o de compreender até que ponto os professores estão informados e preparados para identificar, eleger e educar os alunos sobredotados. A amostra foi selecionada por conveniência, sendo composta por 343 professores dos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, de escolas públicas, pertencentes a seis agrupamentos do distrito de Viseu. Face aos objetivos do estudo e à ausência de um instrumento adaptado aos mesmos, desenvolveu-se um questionário que contivesse as perguntas chave acerca da temática. Os resultados obtidos mostram que os professores, apesar de já terem algum conhecimento acerca do que é a sobredotação e de como se carateriza um aluno sobredotado, ainda apresentam algumas reticências quanto à elegibilidade dos mesmos para a Educação Especial, apontando que esta está mais direcionada para os alunos com dificuldades de aprendizagem. Quanto à educação dos alunos sobredotados e talentosos, os professores referem que se encontram preparados para os educar conjuntamente com outros profissionais, mas com vários obstáculos a serem ultrapassados.
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