O feminino em wuthering heights : análise intersemíótica

A presente dissertação pretende ser um resumo da investigação da autora em torno dos mecanismos de adaptação de uma obra literária para cinema, através da comparação de duas versões cinematográficas, com principal enfoque na vertente feminina da obra/filme, contextualizando-a através de alguns aspet...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Cruz, Ana Margarida Martins da (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2012
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.22/629
País:Portugal
Oai:oai:recipp.ipp.pt:10400.22/629
Descrição
Resumo:A presente dissertação pretende ser um resumo da investigação da autora em torno dos mecanismos de adaptação de uma obra literária para cinema, através da comparação de duas versões cinematográficas, com principal enfoque na vertente feminina da obra/filme, contextualizando-a através de alguns aspetos da condição da mulher nos séculos XIX e XX. A obra literária que nos propomos tratar é o romance Wuthering Heights de Emily Brontë, cuja origem se enquadra num período de alterações económico socais, retratadas ao longo do romance. A ascensão da burguesia, a queda dos pequenos proprietários rurais, a dependência e subjugação femininas perante a família ou o marido e o casamento como meio de ascensão social são algumas das temáticas abordadas por Emily Brontë. A autora conseguiu criar uma narrativa fascinante e simultaneamente repulsiva para os mais moralistas da época devido à clareza descritiva e à intensidade emocional notórias ao longo de todo o romance. Estas características literárias tão invulgares para uma autora jovem que vivia isolada dos círculos literários da época, fizeram com que Wuthering Heights não tivesse o sucesso desejado aquando da sua publicação em 1847, chegando mesmo a suspeitar-se de que a obra seria da autoria de Brandwell, irmão de Emily. De acordo com Margaret Homans (1986), na sua obra Bearing the World, “(…) the speaking or writing subject is constitutively masculine while the silent object is feminine” (p. xii). E, com base nesta perspetiva, seria duvidoso que alguém tão jovem e inexperiente fosse possuidor de um estilo tão irreverente e audaz. Apenas alguns anos mais tarde é que a obra atingiu o devido reconhecimento, e desde então tem suscitado a curiosidade e o interesse de vários críticos, tendo sido traduzida para várias línguas, dando origem a diversas adaptações cinematográficas e televisivas.