Análise das Camadas Retinianas em Doentes com Lesão Isquémica da Artéria Cerebral Posterior Unilateral: um Estudo de Tomografia de Coerência Óptica

Introdução: A degeneração transneuronal retrógrada (DTR) das células ganglionares tem sido implicada na fisiopatologia de lesões na via visual posterior. Apesar de estarem descritas alterações nas camadas mais externas da retina na patologia do nervo óptico, esta relação com lesões a nível occipital...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Anjos, R (author)
Outros Autores: Cardigos, J (author), Costa, L (author), Borges, B (author), Alves, N (author), Amado, D (author), Ferreira, J (author), Cunha, JP (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.17/3062
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.chlc.min-saude.pt:10400.17/3062
Descrição
Resumo:Introdução: A degeneração transneuronal retrógrada (DTR) das células ganglionares tem sido implicada na fisiopatologia de lesões na via visual posterior. Apesar de estarem descritas alterações nas camadas mais externas da retina na patologia do nervo óptico, esta relação com lesões a nível occipital permanece desconhecida. O objectivo do presente estudo é a avaliação das camadas nuclear interna (CNi), plexiforme externa (CPe), nuclear externa (CNe) e dos fotoreceptores (CFo) em doentes com lesões isquémicas da artéria cerebral posterior (ACP) com tomografia de coerência óptica (OCT). Métodos: Estudo transversal observacional, caso-controlo de doentes com hemianópsia homónima decorrente de lesão unilateral isquémica da ACP seguidos no departamento de Neuroftalmologia do Centro Hospitalar de Lisboa Central. Todos os doentes realizaram OCT macular em ambos os olhos. Após segmentação automática das diferentes camadas, foram obtidos os valores de espessuras correspondentes às regiões nasal e temporal entre 1 a 3mm (N1-3 e T1-3) e entre 3 e 6 mm (N3-6 e T3-6) centradas na fóvea. Resultados: Dez doentes com lesão da PCA e um grupo de controlo pareado para o sexo e idade foram incluidos no estudo. Quando comparados ambos os olhos do mesmo doente, verificou-se um aumento da espessura da CNi em N3-6 (p=0,005) do olho contralateral e em T3-6 (p=0,011) no olho ipsilateral, assim como da CPe em N3-6 (p=0,034) do olho contralateral. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas no grupo controle. Conclusão: Além da já documentada associação entre lesões isquémicas occipitais e as alterações nas camadas internas da retina, podemos ainda observar algumas alterações nas camadas retinianas mais externas. É possível que a DTR no sistema visual seja um processo que não se esgota nas células ganglionares, afectando camadas mais externas da retina.