Summary: | A conjuntura organizacional, caracterizada pela globalização e pelas mudanças tecnológicas, pelas sucessivas exigências, pressões, competitividade e foco nos lucros a curto prazo, pelo aumento do ritmo de trabalho e pelas novas formas de contractos de trabalho, tem resultado em elevados níveis de stress laboral, sentimentos de incerteza e insegurança nos trabalhadores e alterações das relações de emprego, com implicações profundas na sua vida pessoal/familiar e na sua estabilidade. Esta crescente instabilidade laboral tem conduzido ao aparecimento de novas patologias e riscos laborais. A Qualidade de Vida Profissional (QVP) conceitualiza-se como o bem-estar resultante do auxílio prestado a outrem, com o objectivo de aliviar o seu sofrimento. Esse sentimento de bem-estar sobrevém do equilíbrio psicológico entre experiências laborais positivas (satisfação por compaixão) e negativas (fadiga por compaixão). A Satisfação por Compaixão corresponde aos afectos positivos experienciados no contexto laboral. A Fadiga por Compaixão é uma síndrome de extenuação biopsicossocial que resulta do cuidado e apoio prestado a pessoas ou animais em sofrimento. O foco desta investigação é o estudo da fadiga e da satisfação por compaixão nos médicos veterinários portugueses. Foram aplicados dois instrumentos, Questionário Sociodemográfico e Escala de Qualidade de Vida Profissional (ProQOL-V). Os resultados sugerem diferenças significativas na QVP em função das licenciaturas Pré e Pós Bolonha, sendo que médicos veterinários com licenciatura Pré Bolonha apresentam maior QVP do que médicos veterinários com licenciatura Pós Bolonha. Por sua vez, a Satisfação por Compaixão correlaciona-se positivamente com a idade e a Fadiga por Compaixão está positivamente relacionada com a carga horária.
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