| Resumo: | O ducto arterioso persistente é uma das doenças cardíacas congénitas mais comuns nos cães e consiste na persistência de uma comunicação entre a artéria aorta descendente e a artéria pulmonar principal. Esta doença decorre da falha do encerramento do ducto arterioso aquando do nascimento do animal e está associada a profundas alterações hemodinâmicas, dada a presença de sobrecarga de volume que, ao longo do tempo, dá origem a hipertrofia excêntrica da porção esquerda do coração à qual é seguida falha cardíaca congestiva. A maioria dos animais são assintomáticos quando é feito o diagnostico, sendo detetado um sopro cardíaco contínuo de base esquerda, característico desta doença congénita. Estima-se que a maioria dos animais que não recebe qualquer tratamento, acaba por morrer dentro de um ano após diagnóstico, sendo a causa da morte relacionada com as alterações hemodinâmicas provocadas por esta doença cardíaca congénita. Por poder ser corrigido de forma cirúrgica e ter potencial curativo, é fundamental que esta doença seja identificada de forma precoce. Este estudo retrospetivo teve como objetivo caracterizar a população de 35 casos de cães com ducto arterioso persistente diagnosticado por ecocardiografia, no Hospital Veterinário do Porto, entre maio de 2011 e fevereiro de 2021. Conclui-se neste estudo que o ducto arterioso persistente afeta uma variada população, bem como confirma a importância de um diagnóstico correto atempado, de forma a proceder, com sucesso, à correção desta doença. Foi ainda possível concluir, em concordância com estudos prévios, que a técnica de oclusão do ducto arterioso minimamente invasiva com o dispositivo de oclusão Ampltazer canino (ACDO) constitui um método de eleição para encerramento do ducto, estando associada a taxas de mortalidade e de complicações bastante reduzidas, bem como a diminuição da persistência de fluxo residual no pós-operatório.
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