Resumo: | Resumo A hemorragia intracraniana espontânea afeta anualmente mais de 1 milhão de pessoas, representando 9% a 27% do total de acidentes vasculares cerebrais a nível mundial, e apresenta uma elevada taxa de mortalidade e morbilidade. Tratando-se de uma emergência médica, o rápido diagnóstico e instituição de medidas terapêuticas com impacto reconhecido na mortalidade e morbilidade é fundamental. Este artigo pretende, à luz das recomendações mais recentes e dados mais relevantes publicados na literatura, rever a abordagem diagnóstica e terapêutica médica dos doentes com hemorragia intracraniana espontânea. Após o rápido diagnóstico, a utilização de escalas de gravidade é fundamental para a estratificação do risco e definição da estratégia terapêutica mais adequada, seja a nível de terapêutica médica, como da eventual indicação cirúrgica emergente. As intervenções médicas na hemorragia intracraniana podem dividir-se em primárias e secundárias, consoante o timing da sua instituição. As primárias assentam no controlo rápido e agressivo da tensão arterial, correção da coagulopatia e avaliação/intervenção neurocirúrgica. As intervenções secundárias incluem controlo da temperatura corporal, manutenção da normogli-cemia, monitorização hemodinâmica, do estado de consciência e da pressão intracraniana. Concomitantemente com a abordagem terapêutica, devem ser iniciadas diligências no sentido de orientar o doente para o local mais adequado à gravidade do seu quadro, já que atrasos nesta definição estão associa-dos a pior prognóstico clínico. Assim com este artigo pretende criar-se uma ferramenta auxiliar na otimização da prestação de cuidados aos doentes admitidos com hemorragia intracraniana.
|