Cinema electrico: série hulha branca

Ao longo da história do documentarismo português a electricidade tem sido objecto de várias produções cinematográficas sobre a electricidade. Estes filmes, salvo raras excepções, foram financiados por entidades públicas e privadas e tiveram como funções principais a propaganda, a publicidade e o ens...

ver descrição completa

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Ramos, Alexandre (author)
Outros Autores: Matos, Ana Cardoso de (author)
Formato: bookPart
Idioma:por
Publicado em: 2020
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10174/26629
País:Portugal
Oai:oai:dspace.uevora.pt:10174/26629
Descrição
Resumo:Ao longo da história do documentarismo português a electricidade tem sido objecto de várias produções cinematográficas sobre a electricidade. Estes filmes, salvo raras excepções, foram financiados por entidades públicas e privadas e tiveram como funções principais a propaganda, a publicidade e o ensino. Por estas razões, e por terem sido realizados em diferentes conjunturas de produção, cada um dos documentários revela uma das várias formas como a energia eléctrica foi, nos últimos cem anos, cinematograficamente representada e apresentada ao público nacional. De facto, ao analisarmos como a electricidade foi cinematograficamente promovida em Portugal, constatámos que os conteúdos imagéticos e narrativos destes filmes revelam ser um instrumento extremamente pertinente - sobretudo nos domínios da História e do Património Industrial – de acesso visual e também, mas nem sempre sonoro, a contextos profundamente alterados quer a nível material quer humano (e.g., Central do Freixo no Porto e a Central Hidroeléctrica do Ermal no rio Ave). Assim, definimos como o nosso objectivo central demonstrar o valor documental do cinema para o estudo da história da electricidade em Portugal através destes dois pressupostos, 1) a promoção cinematográfica da energia eléctrica junto do público e 2) o acesso visual ao passado. Para o efeito, definimos como metodologia agrupar os títulos que compõem o Cinema Eléctrico Português em três séries: 1) cinema eléctrico, composta por documentários que abordam de forma geral a produção, a distribuição e a utilização da electricidade; 2) hulha branca que integra os filmes sobre a produção de electricidade proveniente de fontes de energias renováveis e hidráulicas; e 3) hulha negra, que incorpora as produções realizadas sobre termoelectricidade. Entre as três, elegemos a série hulha branca como objeto de análise, mais especificamente do conjunto dos títulos que a compõem seleccionámos uma amostra de três curtas-metragens –1 Século de energia (2015); Hulha Branca (1953); e União Eléctrica Portuguesa, uma indústria ao serviço da nação (1954) - por considerarmos serem representativas dos quatro diferentes paradigmas do cinema eléctrico português: o experimental, o promocional, o educacional e o de propaganda. Cada um destes registos fílmicos cristaliza momentos e narrativas nascidas de conjunturas políticas, económicas e culturais específicas o que os dota de um valor documental intrínseco que não se esgota na mera análise das imagens. Portanto, o estudo do processo de produção do filme constitui igualmente uma fonte de informações para a compreensão da conjuntura em que foi produzido. Assim, observámos este conjunto de filmes como um produto sociológico cujos fins não são apenas cinematográficos. Nesta perspectiva, pretendemos que os resultados da recolha e do tratamento de dados sobre o cinema eléctrico português contribua para o desenvolvimento de novas investigações e para a discussão de outras já efectuadas.