Conceções sobre sexualidade e Educação Sexual: diferenças de género no ensino no 2.º e 3.º ciclos do ensino básico

De acordo com a lei portuguesa, a Educação Sexual (ES) em meio escolar é obrigatória desde o 1.º Ciclo do Ensino Básico (CEB) até ao Ensino Secundário. No entanto, muitos projetos de ES desenvolvidos nas escolas não consideram as necessidades do seu grupo alvo nem as diferenças de género, o que limi...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Marinho, Susana (author)
Other Authors: Anastácio, Zélia (author)
Format: conferencePaper
Language:por
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/1822/28166
Country:Portugal
Oai:oai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/28166
Description
Summary:De acordo com a lei portuguesa, a Educação Sexual (ES) em meio escolar é obrigatória desde o 1.º Ciclo do Ensino Básico (CEB) até ao Ensino Secundário. No entanto, muitos projetos de ES desenvolvidos nas escolas não consideram as necessidades do seu grupo alvo nem as diferenças de género, o que limita a sua eficácia. Nesta investigação procuramos identificar conceções e necessidades de jovens em idade escolar (10 a 18 anos), no que se refere à sexualidade humana e à ES. Assim, desenvolvemos um questionário que aplicamos a alunos do 2.º e 3.º CEB de uma escola do Porto. Para que este instrumento de recolha de dados se adequasse aos propósitos desta investigação optámos por construí-lo e validá-lo, através de um estudo piloto. O questionário foi preenchido on-line e os dados obtidos foram tratados com o software de análise estatística SPSS. Responderam ao questionário 397 alunos (192 raparigas e 205 rapazes), cuja média de idades era 12,79. Destes, 85 alunos frequentavam o 5.º ano, 84 o 6.º ano, 55 estavam no 7.º ano, 95 no 8.º e 78 frequentavam o 9.º ano. Os dados revelaram diferenças significativas entre rapazes e raparigas no que se refere às fontes de informação sobre sexualidade a que recorrem, sendo que as raparigas preferem a mãe e os rapazes a internet. Considerando o papel da escola na ES verificamos diferenças nas respostas de rapazes e raparigas no que se refere à perceção do conhecimento dos professores para responder a questões de sexualidade, sobre a possibilidade de abordar ES em qualquer disciplina e sobre a vontade de participar em mais atividades de ES na escola. As opiniões sobre o papel da ES no desenvolvimento de crianças e jovens também divergem entre rapazes e raparigas. Além disso, as raparigas preferem mais do que os rapazes que as mães e o psicólogo escolar sejam as pessoas responsáveis pela sua ES. Acerca dos temas sobre os quais mais gostariam de saber, verificamos que as raparigas querem saber mais sobre noção de família e planeamento familiar, assédio e abuso sexual e gravidez. Já os rapazes querem saber mais sobre desejo sexual, resposta sexual e prazer.