Resumo: | Durante a revolução industrial, a cidade do Porto tornou-se palco de inúmeras transformações sociais, arquitetónicas e urbanas como resposta ao crescimento demográfico. A cidade converteu-se num espaço de experiências no que concerne à habitação. Surgem no Porto políticas de realojamento que culminam em bairros sociais de habitação coletiva que se tornam grandes problemas para o funcionamento da cidade. Geram-se bolhas territoriais fomentadas pela sensação de medo, pela má organização do seu espaço público e pela falta de continuidade entre o bairro e a restante cidade. Atualmente, as metrópoles, estimuladas pelo investimento privado imobiliário e mercado financeiro, transformam-se em espaços de experiências aleatórias, similares, carregadas de símbolos da economia global de modo a tornarem-se atrativas ao investimento internacional. Esta cidade global incita às diferenças sociais, fomenta sensações de insegurança incentivando a formação de fortificações, como condomínios fechados, que espalhadas pelo território, quebram a leitura, funcionamento e continuidade da malha citadina. No contexto do crescimento da violência, aumenta o número de condomínios fechados que com os seus limites intransponíveis desenham e restringem o espaço público. Paralelamente, os bairros sociais com as suas metodologias convertem-se em espaços fechados com desenho, ambiente e ruídos diferentes do restante tecido urbano. Ambas as investidas fazem da cidade do Porto um espaço fragmentado repleto de cápsulas. Assim, o centro tradicional como espaço onde tudo acontece, as ruas como lugar de encontro, estão ameaçadas. É importante agir prevenindo a desagregação da cidade, como acontece em muitas mega metrópoles mundiais, de modo a fazer da cidade um espaço multicultural, de vida e diversidade
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