| Resumo: | O presente relatório apresenta o resultado das atividades efetuadas no Estágio de Natureza Profissional realizado na Unidade de Saúde Familiar Águeda+Saúde, entre outubro e março de 2021. Tem como objetivos refletir criticamente sobre as aprendizagens resultantes da prática e o desenvolvimento de competências especializadas em Enfermagem de Saúde Familiar e apresentar o estudo de investigação desenvolvido no referido Estágio, intitulado: “Opinião materna sobre a importância da participação do pai no sucesso do Aleitamento Materno”. O aleitamento materno (AM) é recomendado pela OMS e a UNICEF devido aos seus reconhecidos benefícios para o bebé, mãe, família e sociedade. A participação ativa do pai contribui para o sucesso do Aleitamento Materno, mantendo-se por mais tempo. A competência parental do AM quando partilhada pelo casal permite uma transição para a parentalidade mais saudável, pelo que o enfermeiro de família deve valorizar a envolvência do pai nesta tarefa. Este estudo teve como objetivos conhecer essa opinião materna e analisá-la segundo as variáveis sociodemográficas e as relacionadas com a vigilância da gravidez, participação do pai e experiência prévia em AM. Optou-se pelo método de investigação quantitativa, com um estudo observacional, descritivo e correlacional, com uma amostra acidental, constituída por 107 mães de recém-nascidos entre os 4 e os 12 meses, obtida entre janeiro e março de 2021. O tratamento dos dados, obtidos por questionário e cumprindo os princípios éticos, foi realizado com o programa Statistical Package for the Social Sciences. A opinião materna sobre a importância da participação do pai no AM avaliada com a “Escala da Importância da Participação do Pai na Amamentação”, apresenta respostas na sua maioria importantes a extremamente importantes, com uma média de Fac de 81,4% na dimensão física, 96,1% na dimensão afetiva e 99% na dimensão doméstica. Os resultados da análise inferencial revelam diferenças estatisticamente significativas nas médias das opiniões maternas sobre a importância da participação do pai no AM segundo a escolaridade, na dimensão doméstica (p=0,018); segundo a classe social nas dimensões afetiva (p=0,037), doméstica (p=0,002) e global (p=0,007); segundo a condição de emprego do pai, na dimensão física (p=0,035) e global (p=0,009); segundo a frequência do pai às consultas pré-natais, na dimensão afetiva (p=0,003) e segundo a frequência de um curso de preparação para a parentalidade por ambos, na dimensão física (p=0,004), afetiva (p=0,002) e global (p=0,001). Os resultados obtidos revelam um elevado grau de importância atribuído pelas mães à participação do pai no sucesso do AM e que a sua opinião é diferente e mais favorável mediante a sua escolaridade, classe social, condição de emprego do pai do bebé e a participação deste nas consultas de vigilância pré-natal e curso de preparação para a parentalidade. Estes resultados mostram ao enfermeiro de famílias a importância de encontrar estratégias para o incentivo da participação do pai no AM nas várias dimensões, tendo em consideração o seu contexto.
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