Prevenção da osteoporose

Introdução: A prevenção das fraturas osteoporóticas passa pela identificação dos indivíduos com fatores de risco clínicos para fratura, realização criteriosa da absorciometria de raio X de dupla energia (DEXA), tratamento anti-osteoporótico e follow-up dos doentes. Criada em 2008, validada para Port...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Tavares, Bruna Filipa Gonçalves (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.6/1408
Country:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1408
Description
Summary:Introdução: A prevenção das fraturas osteoporóticas passa pela identificação dos indivíduos com fatores de risco clínicos para fratura, realização criteriosa da absorciometria de raio X de dupla energia (DEXA), tratamento anti-osteoporótico e follow-up dos doentes. Criada em 2008, validada para Portugal em 2012, a ferramenta FRAX® (WHO Fracture Risk Assessment Tool) calcula o risco de fratura da anca e de fratura major a 10 anos, ao integrar múltiplos fatores de risco. A National Osteoporosis Foundation (NOF) determinou dois limiares de alto risco, ≥3% e ≥20% respetivamente, que indicam a conduta para o tratamento farmacológico da osteopororse (OP), nos EUA. A adequação desses limiares tem sido objetivo de estudo por outros autores, mas não existem estudos na população portuguesa. O objetivo principal deste estudo foi determinar qual o limiar de risco, calculado através do FRAX®, que permite identificar com elevada sensibilidade os indivíduos com alto risco de fratura da anca, em Portugal. Métodos: De agosto a novembro de 2012, foi realizado um questionário e colheita de dados do processo clínico, de pacientes com pelo menos 50 anos, com fratura não traumática da extremidade proximal do fémur, internados no Serviço de Ortopedia do Hospital Pêro da Covilhã, do Hospital Sousa Martins e do Hospital Amato Lusitano. O risco de fratura da anca e o de fratura major foi calculado para cada paciente, através do FRAX® clínico (sem densidade mineral óssea - DMO) aferido para a população Portuguesa. Analisámos os limiares de risco FRAX® correspondentes a uma sensibilidade de 95% e 80% para a fratura incidente da anca. Resultados: Foram incluídos 138 doentes com fratura não traumática da anca. A média de idade foi 83,5±7,4 anos (81,2% mulheres). Os fatores de risco mais prevalentes foram: sexo feminino, idade superior a 65 anos, antecedentes pessoais e familiares de fratura de fragilidade e as causas de OP secundária. 91,2% dos doentes nunca tinham realizado uma DEXA e 89,8% não tinham realizado previamente medicação para a prevenção de fraturas. Os limiares de risco de FRAX® clínico de fratura da anca com sensibilidade de 80% e 95% para a fratura incidente da anca foram ≥5,5% e ≥3%, respetivamente. Conclusões: Identificámos os limiares adequados de alto risco para fratura osteoporótica da anca do instrumento FRAX® clínico numa população Portuguesa. Estes têm uma importante aplicação na prática clínica, pois permitem a melhor identificação dos indivíduos em risco, para seleção criteriosa dos que devem realizar ou não DEXA e tratamento farmacológico.