Resumo: | A compreensão da história geológica de uma região, independentemente da sua dimensão, começa sempre pela elaboração e interpretação dos mapas geológicos. A relação entre as várias unidades cartográficas, embora possa ser interpretada a partir de alguns raros afloramentos chave, ela sobressai essencialmente na sua representação cartográfica. No caso de uma região com a complexidade de Portugal (onde durante 600 milhões de anos se forem sobrepondo e interferindo vários ciclos tectónicos) a cartografia geológica existente, por si só, permite o estabelecimento das principais etapas evolutivas do nosso país. Apesar de poder parecer complicada, esta não é uma tarefa difícil, pois a interpretação dos mapas geológicos é feita essencialmente através da aplicação dos princípios básicos da geologia. Esta metodologia será aplicada ao caso de Portugal continental. Começando com o mapa geológico à escala 1/500 000 e passando depois a escalas de mais pormenor, a complexa história geológica desta região vai começando a ser construída nos seus grandes traços. Mas se os princípios básicos da geologia e as cartas geológicas nos permitem ir percebendo a sucessão de eventos, o princípio das causas atuais permite compreender o porquê da sucessão dos eventos identificados. A história geológica de Portugal torna-se então uma emocionante aventura que nos vai levando do rifte do Leste africano, ao Mar Vermelho, aos Andes... Himalaias e... tantos outros locais. Ao fazermos isso estamos afinal a aplicar um dos truques que a metodologia científica dos geólogos utiliza... na qual o tempos é substituído pelo espaço.
|