Implementação de um programa de atendimento de doentes com AIT

Introdução: Acidente Isquémico Transitório (AIT) é, classicamente, definido como conjunto de sinais clínicos de um distúrbio focal ou global, da função cerebral ou retiniana que se desenvolve rapidamente, com duração inferior a 24 horas e sem causa não vascular aparente. Em 2002, foi proposta uma no...

ver descrição completa

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Oliveira, Tiago (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2013
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.6/1009
País:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1009
Descrição
Resumo:Introdução: Acidente Isquémico Transitório (AIT) é, classicamente, definido como conjunto de sinais clínicos de um distúrbio focal ou global, da função cerebral ou retiniana que se desenvolve rapidamente, com duração inferior a 24 horas e sem causa não vascular aparente. Em 2002, foi proposta uma nova definição, que reduzia a duração do episódio a menos de 1 hora e sem evidência de enfarte agudo (1). Um estudo de Maio de 2009, propôs nova definição como sendo “um episódio transitório de disfunção neurológica, causada por isquemia cerebral, medular, ou retiniana focal, sem enfarte agudo” (2). Estima-se que ocorram nos EUA cerca de 200.000 a 500.000 mortes anuais relacionadas com AIT (3). Portanto, exige-se uma avaliação e tratamento preventivo imediato para reduzir o AVC, a incapacidade e morte. A NSA recomenda a criação de políticas de internamento hospitalar e um protocolo de referenciação rápida, de avaliação clínica e encaminhamento para Unidades de tratamento especializadas (1). Objectivo: Criar um Protocolo Clínico, para aplicar no Centro Hospitalar Cova da Beira. Métodos: Recursos bibliográficos de artigos apropriados ao tema fornecidos por parte do orientador. Pesquisa bibliográfica no Pubmed, Medscape e Doctor’s Guide com as keywords: Transient Ischemic Attack, management, definition, emergency department, diagnostic protocol, guidelines, evaluation, accelerated diagnostic protocol. Revistas do tema disponíveis on-line. Resultados e Discussão: O protocolo inicia-se com uma checklist, que define os principais sintomas a pesquisar pelo profissional de saúde que recebe o doente no SU. Inclui também, para início da avaliação, a data e hora de início dos sintomas, observação respiratória, cardíaca, PA, FC, oximetria e sinais de disfagia. Procede-se à colheita sanguínea para análise laboratorial que inclui hemograma completo com plaquetas, provas da coagulação, glicemia, avaliação hepática e renal, ionograma, PCR ou VS. Realiza-se ainda de imediato TC CE e ECG. Caso o doente apresente sintomas persistentes, deve-se reencaminhar para Protocolo de AVC. Se os sintomas reverteram, iniciar tratamento antiplaquetar e avaliar critérios de internamento, incluindo escala ABCD2. Caso o doente reúna critérios de hospitalização é enviado para UAVC, onde realizará os restantes exames complementares de diagnóstico imagiológicos, conforme o algoritmo. De desmedida importância nesta fase temos o EcoDoppler carotídeo que, caso evidencie sinais patológicos com estenose superior a 50%, indica necessidade de endarterectomia, com melhores resultados se realizada em 2 semanas. Outros exames de grande importância são a ecocardiografia transtorácica, AngioTC e Eco Doppler transcraniano. Todos os factores de risco devem ser tratados, e só prescrita alta clínica se cumprir todos os critérios e sempre acompanhado de Notificação Informativa para o médico assistente, com todas as informações importantes necessárias a um bom acompanhamento posterior. Conclusão: Um protocolo de actuação rápida, faculta maior eficiência no tratamento, menores custos associados e resultados clínicos semelhantes ou melhores.