Resumo: | Arte e Sociedade desde sempre estiveram relacionadas. O pressuposto deste trabalho é o de procurar e clarificar uma pequena vertente desta relação. Os filmes da década de 1970 de François Truffaut e a sociedade francesa da mesma década, a par das suas reformas políticas, servem o propósito deste trabalho, sendo esses os elementos chave para esta relação entre cinema e sociedade. França, década de 1970, encontramos um país marcado pelo Maio de 68, pelo movimento feminista e por uma crise económica mundial. Além das problemáticas económicas a resolver, são várias as reformas sociais que se impõem. O Governo de Giscard vem resolver alguns destes problemas, liberalizando o aborto, legalizando o uso de contraceptivos ou procurando impulsionar a economia. A par de uma sociedade em mudança, encontramos sempre uma cultura em renovação e a par destas as suas formas artísticas. Nesta década encontramos uma renovação do estado artístico francês, a influência de todas as alterações económicas e sociais manifestam-se numa crescente politização deste. Nos anos 70, surgem no cinema francês ideias marxistas, existencialistas, feministas, entre outras. A crescente liberdade sexual encontra, também, o seu lugar no panorama cinematográfico. Nesta época do cinema francês encontramos François Truffaut mais próximo de uma maturidade artística. Truffaut não abdica nunca de ser o cineasta que deseja ser, nunca pondo de parte o espectador. Há um tema constante na sua obra, que é precisamente o do amor. Esta é a temática que serve o propósito da procura de uma manifestação do social real na obra deste cineasta. Truffaut ama o cinema e ama a vida. Tal como às suas personagens é o amor que o motiva. Para além do estudo desta temática especifica, serão também abordadas as propostas de Truffaut relativas à criação cinematográfica.
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