Summary: | Nos últimos anos, o mundo tem observado alguns dos maiores incêndios florestais em termos de dimensão, número de operacionais e meios de socorro necessários no combate, levando, muitas vezes, a perdas patrimoniais e humanas. Os Grandes Incêndios Florestais (GIF) de 2017 em Portugal, pelo seu grau de destruição na floresta, habitações e indústrias e pelo número de vidas que tirou, são exemplos de incêndios florestais de grandes dimensões, similares aos ocorridos nos Estados Unidos da América ou no Canadá. O presente artigo pretende analisar os edifícios industriais danificados pelos GIF de 2017 ao nível das estruturas, materiais usados em fachadas e coberturas e saber a influência que estes tiveram em impedir ou em colaborar na propagação do incêndio florestal. Partindo dessa análise de danos, comparou-se os sistemas construtivos implementados durante a reconstrução com os que existiam à data dos GIF, por forma a verificar se os edifícios industriais ficaram mais resilientes ao risco de incêndio florestal. Verificou-se na reconstrução da maioria dos edifícios industriais a utilização de materiais que demonstraram capacidade reduzida de resistência e reação ao fogo agravada nos GIF de 2017, mantendo assim o risco de sofrerem os mesmos tipos de dano, caso ocorra um incêndio florestal na Interface Industrial-Florestal onde estão inseridos.
|