Summary: | As Infeções da Corrente Sanguínea (ICS) inserem-se no grupo das Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS) mais frequentes, com maior morbilidade e custos elevados. Dados epidemiológicos de 2013 revelaram a presença de Cateter Venoso Central (CVC) em 51,9% dos episódios de ICS com taxas de 16,8% de ICS associadas ao CVC e 9,8% de mortalidade (Direção-Geral da Saúde (DGS), 2013). Esta problemática é relevante nos cuidados a doentes oncológicos, cujo recurso a CVC é usual, pois frequentemente estão imunodeprimidos e, por isso, com elevado risco de infeção associado. Desenvolveu-se um estudo quantitativo, descritivo-exploratório com comparação de 2 grupos. Recorreu-se à observação não-participante, tendo-se realizado 34 observações às práticas dos enfermeiros na otimização do CVC, antes e após uma formação estruturada sobre prevenção de ICS associadas ao CVC. A colheita de dados decorreu entre outubro de 2017 e maio de 2018. Os resultados revelaram existir diferenças nas práticas dos enfermeiros na otimização do CVC, antes e após a formação estruturada. Globalmente, verificou-se melhoria das práticas dos enfermeiros, e, importa realçar, que nunca se observou decréscimo no cumprimento das recomendações após formação. A análise dos resultados revelou que as práticas dos enfermeiros na otimização do CVC melhoram após a formação estruturada, inferindo-se, então, o impacto positivo da formação nas práticas dos enfermeiros, evidenciando a necessidade de investir na formação contínua, associada a processos de monitorização das práticas. Neste contexto, é imperioso rever a norma de otimização do CVC vigente no serviço onde o estudo foi realizado, no sentido de promover cuidados de qualidade e seguros, baseados nas mais recentes evidências científicas.
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