Fim de vida em cuidados intensivos: a(s) pr?tica(s) dos profissionais de sa?de

Cuidar da pessoa em fim de vida numa unidade de cuidados intensivos n?o t?m apenas como finalidade, devolver a sa?de ou pelo menos conservar a vida, mas o enfrentar a morte ? outra das condi??es existentes. O que ? facto ? que a filosofia predominantemente assente num modelo biom?dico existente nas...

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Bibliographic Details
Main Author: Alves, Maria Manuela Ribeiro (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2016
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/20.500.11960/1453
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/1453
Description
Summary:Cuidar da pessoa em fim de vida numa unidade de cuidados intensivos n?o t?m apenas como finalidade, devolver a sa?de ou pelo menos conservar a vida, mas o enfrentar a morte ? outra das condi??es existentes. O que ? facto ? que a filosofia predominantemente assente num modelo biom?dico existente nas unidades de cuidados intensivos sujeitam os doentes a uma morte desumanizada, fria e solit?ria. Deste modo, a complexidade do processo de fim de vida transcende a l?gica e o racionalismo exigindo a quem cuida, desenvolver habilidades para serem capazes de restituir ? pessoa que experiencia a ?ltima etapa da vida um novo sentido de viver. Com o intuito de contribuir para o respeito da dignidade humana no fim da vida em cuidados intensivos, assim como, para uma pr?tica ?tica, moral, legal e deontologicamente irrepreens?vel, surgiu a quest?o: Qual a opini?o dos profissionais de sa?de acerca das estrat?gias de cuidados adotadas e a adotar, perante a pessoa sem perspetiva de cura, numa unidade de cuidados intensivos?, com o objetivo geral de conhecer a opini?o dos profissionais de sa?de, acerca das estrat?gias de cuidados adotadas e a adotar, perante a pessoa sem perspetiva de cura, numa unidade de cuidados intensivos. METODOLOGIA: Estudo qualitativo - estudo de caso; recolha de dados numa unidade de cuidados intensivos polivalente de um hospital da zona norte de Portugal; recurso ? entrevista semiestruturada; sujeitos de an?lise: enfermeiros e m?dicos. Os dados foram analisados segundo o referencial te?rico e metodol?gico de Bardin (2011). RESULTADOS: Atrav?s dos achados, verificamos que na ?tica dos enfermeiros e m?dicos a possibilidade de prestar cuidados paliativos em unidades de cuidados intensivos n?o ? aceite. Os enfermeiros identificam como estrat?gias de um cuidar paliativo, o desejo de promover o conforto, a analgesia, o al?vio do sofrimento, o apoio familiar, o envolvimento da fam?lia nos cuidados, a individualidade da pessoa, o apoio no luto, o apoio religioso e o respeito pela espiritualidade do doente. A decis?o em fim de vida, ? na verdade um obst?culo poderoso na pr?tica di?ria de quem trabalha em cuidados intensivos. Para al?m de ser uma das raz?es que justifica o prolongar da vida do doente, afigura-se como uma grande dificuldade para quem tem o dever e o conhecimento para o fazer. Decidir implica perdas, e muito provavelmente, ? o medo de abrir m?os das demais op??es o que mais perturba o processo de decis?o. Os m?dicos e enfermeiros, reconhecem a import?ncia da fam?lia no processo de decis?o, mas admitem n?o solicitar a sua participa??o na constru??o do referido processo, assim como no acompanhar da pessoa em fim de vida internada em cuidados intensivos. Consideram ainda, que a comunica??o da tomada de decis?o se realiza para uns atrav?s de um processo unidirecional e de modo impessoal, sendo ocultada a informa??o por apenas um profissional. Os m?dicos consideram fundamental envolver os enfermeiros no processo de decis?o e os enfermeiros tamb?m consideram fundamental a sua participa??o na constru??o da mesma decis?o. CONCLUS?O: Sobressai deste estudo que a pessoa sem perspetiva de cura numa unidade de cuidados intensivos polivalente ainda ? focada na sua dimens?o biol?gica, n?o sendo considerada na sua multidimensionalidade. O cuidar dos profissionais de sa?de de uma unidade de cuidados intensivos deve estar centrado na pessoa e na sua circunst?ncia. Para isso, ? necess?rio percorrer um caminho que preserve a dignifica??o da pessoa em fim de vida, na valoriza??o da fam?lia, no processo de acompanhamento e no respeito pela multidisciplinaridade na decis?o.