Coprodução de interfaces tecnopolíticas: hacking cívico para o desenvolvimento local em Lisboa

A abordagem genealógica das tecnopolíticas da participação na arquitetura e urbanismo destaca a influência da cultura "hacker" na coprodução da cidade. Na Participação em Rede, emerge a utilização de interfaces digitais por indivíduos conectados e comunidades de prática em ações de "h...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Farias, Ana Carolina Carvalho (author)
Format: doctoralThesis
Language:por
Published: 2022
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10071/25678
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/25678
Description
Summary:A abordagem genealógica das tecnopolíticas da participação na arquitetura e urbanismo destaca a influência da cultura "hacker" na coprodução da cidade. Na Participação em Rede, emerge a utilização de interfaces digitais por indivíduos conectados e comunidades de prática em ações de "hacking" cívico. Porém, a desigualdade digital, desconexão entre projetos e territórios, falta de literacia com dados e tecnologias, e de métodos para avaliação de resultados, desafiam essas práticas e reforçam a necessidade de metodologias para a autoaprendizagem, inclusão, sustentabilidade e soberania tecnológica. No desenvolvimento local, dependente de redes de parcerias, agenciamento de recursos e sistemas de valores partilhados, questiona-se de que forma a coprodução de interfaces tecnopolíticas pode apoiar a coprodução da cidade "hackeável". A Estratégia de desenvolvimento local da Câmara Municipal de Lisboa, Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária (BIP/ZIP), cujos atores reconhecem a necessidade de ampliar a colaboração entre organizações e de monitorização dos territórios, é utilizada no estudo como contexto para elaboração de uma metodologia para a coprodução de interfaces tecnopolíticas. Os métodos utilizados incluem: a identificação de etapas, atores e meios no "hacking" e "hackathon" cívicos; análise taxonômica do caráter tecnopolítico, identificação de composições, sistemas de indicadores e casos paradigmáticos de tipologias de interfaces utilizadas em desenvolvimento local; e observação participante, inquéritos e entrevistas para contextualização da Estratégia BIP/ZIP. Como resultado, foi desenhada e experimentada a metodologia-infraestrutura "hackaBIP", avaliada segundo a Teoria do Programa, consolidada na versão "hackaBIP.v3.1", adaptável a outros contextos. Discute-se a necessidade de flexibilização dos processos, de estimular comunidades de prática e combinar as diversas tipologias de interfaces para democratizar o uso e acesso à informação para a coprodução da cidade "hackeável".