Summary: | As tarefas de aquecimento que antecedem a realização de atividade física são habituais e foram-se assumindo ao longo do tempo, como essenciais em competição e em treino. É expectável uma otimização do rendimento desportivo, contudo a literatura apresenta-se ambígua nesta matéria. O objetivo do presente estudo foi verificar o efeito do aquecimento habitual no rendimento dos 50 m, em nadadores do sexo feminino. Sete nadadoras de nível nacional (média ± DP; idade: 15.3 ± 1.1 anos, altura: 1.61 ± 8.1 m, massa corporal: 56.5 ± 7.0 kg) voluntariaram-se para este estudo. Cada nadadora realizou 50 m crol, à máxima velocidade, após a realização ou não de aquecimento prévio (24 h entre as duas condições). Os tempos foram registados e a concentração sanguínea de lactato foi analisada após o teste de 50 m, ao 1º e 3º minuto de recuperação. Adicionalmente, foram utilizados os níveis da escala de percepção subjetiva de esforço de Borg e foram avaliados parâmetros biomecânicos como a frequência gestual, distância de ciclo e índice de nado. Os tempos registados nos 50 m crol não foram diferentes com e sem aquecimento (33.05 ± 2.34 s e 32.71 ± 2.07 s, respectivamente, p = 0.40). Não foram encontradas diferenças nos valores de lactato (8.63 ± 1.49 mmolKl-1 e 7.93 ± 1.92 mmolKl-1, respectivamente; p = 0.71), níveis de percepção de esforço (15.86 ± 1.07 e 15.14 ± 1.22, respectivamente; p = 0.24), frequência gestual (0.81 ± 0.08 Hz e 0.81 ± 0.04 Hz, respectivamente; p = 0.79), distância de ciclo (1.87 ± 0.14 m e 1.89 ± 0.12 m, respectivamente; p = 0.74) e índice de nado (2.85 ± 0.31 m2 c-1 s-1 e 2.91 ± 0.34 m2 c-1 s-1, respectivamente; p = .40). Estes resultados sugerem que o aquecimento habitualmente realizado pelas nadadoras não influencia o rendimento nos 50 m na técnica de crol.
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