Avaliação do posicionamento e expectativas dos farmacêuticos portugueses face à farmacogenómica

A farmacogenómica (PGx) permite, com base no perfil genético do doente, selecionar o(s) fármaco(s) mais apropriado(s) para o seu tratamento e ajustar a dose terapêutica, maximizando o efeito e diminuindo a toxicidade e a ocorrência de reações adversas (RAMs). Estes testes são também chamados testes...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Cardoso, Maria Luís (author)
Outros Autores: Costa, Alexandra (author), Rasga, Célia (author), Marques, Ana Rita (author), Vicente, Astrid (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2022
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.18/8267
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.insa.pt:10400.18/8267
Descrição
Resumo:A farmacogenómica (PGx) permite, com base no perfil genético do doente, selecionar o(s) fármaco(s) mais apropriado(s) para o seu tratamento e ajustar a dose terapêutica, maximizando o efeito e diminuindo a toxicidade e a ocorrência de reações adversas (RAMs). Estes testes são também chamados testes genéticos de seleção terapêutica e integram a farmacoterapia personalizada. Para aferir atitudes, opiniões, expectativas, práticas e preocupações dos farmacêuticos enquanto técnicos do medicamento, relativamente à farmacogenómica e identificar necessidades formativas e de desenvolvimento de competências em farmacogenómica, foi desenvolvido um questionário dirigido a farmacêuticos sobre farmacogenómica, o qual foi testado e ajustado recorrendo à técnica de grupo focal, e recebeu parecer favorável à implementação da Comissão de Ética para a Saúde do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. O questionário foi disponibilizado em plataforma online para acesso e resposta, tendo sido divulgado pelas newsletters da Ordem dos Farmacêuticos e da Associação Nacional de Farmácias em janeiro de 2020, e partilhado também nas redes sociais Facebook, Linkdin e por email. Obtiveram-se respostas a 303 questionários: 64% completamente preenchidos e 36% incompletos. Os inquiridos são farmacêuticos com idades compreendidas entre os 23 e 77 anos, 77% do sexo feminino e 99% estão empregados. Há 46,1% de licenciados pré-Bolonha, 44,4% são mestres (38% com Mestrado Integrado em Ciências Farmacêutica, MICF ) e 9,5% são doutorados. Opiniões : 98% dos inquiridos considera que a farmacogenómica é uma área importante das ciências farmacêuticas, 97% que devia ser incluída na formação continua e 96% no currículo do MICF. Expectativas: 99% espera que a implementação da farmacogenómica evite a administração de medicamentos ineficazes e em doses inapropriadas e 98% que conduza a uma redução de RAMs. Preocupações: a venda dos testes de farmacogenómica diretamente ao utente através da internet (78%), 91% o acesso aos resultados por pessoa não autorizada e 58% que os resultados mostrem a inexistência de um tratamento apropriado. Prática: 11% sentem-se habilitados para recomendar a realização de um teste de farmacogómica, 10% já analisaram um relatório de farmacogenómica e 25,6% conhecem fontes fidedignas de informação sobre este tema. Identificamos a existência de opiniões e expectativas altamente favoráveis à utilização dos testes de farmacogenómica, e algumas preocupações a nível de regulamentação. Tal como noutros países, os farmacêuticos portugueses estão interessados em aprender mais sobre farmacogenómica, acham que esta pode trazer benefícios aos doentes, mas não se sentem preparados para sua aplicação imediata no seu local de trabalho. Há necessidades educativas em farmacogenómica que têm de ser colmatadas para que se torne uma prática comum de rotina do ato farmacêutico.