Summary: | Embora longe de ser novo enquanto critério de exclusão-inclusão, o conhecimento (aqui amplamente entendido como especialização científi ca e tecnológica) tem vindo a evidenciar-se como uma porta pós-nacional “legítima” pela qual os imigrantes altamente qualifi - cados mais rápida e facilmente acedem à legalidade e aos direitos de cidadania no contexto de diversas sociedades de acolhimento. Uma maneira de sustentar esse argumento é olhar para o modo como os estados têm legitimado o conhecimento enquanto critério de acesso à legalidade, através de regimes especiais que acompanham as suas políticas de imigração. Os Estados liberais têm pois desenvolvido políticas imigrantes altamente restritivas (Tushner, 1995), ao mesmo tempo que têm vindo a contemplar regimes específi cos que facilitam e promovem a entrada e residência legal de profi ssionais altamente qualifi cados – estratégia claramente destinada a ganhar a batalha do Brain Gain. Devemo-nos porém questionar sobre se tais ‘novos’ critérios de admissão estarão na verdade a pôr em causa (ou não) as qualidades democráticas da própria cidadania pós-nacional, qualidades essas que, pelo menos teoricamente, deveriam tornar a cidadania pós-nacional mais próxima dos Direitos Humanos e não o contrário.
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