Perfil fenólico e propriedades bioativas do epicarpo de jabuticaba

A jabuticabeira é uma árvore frutífera nativa do Brasil, sendo encontrada principalmente na Mata Atlântica. Os seus frutos, denominados por jabuticabas, são pequenas bagas de aproximadamente 2 – 3,5 cm que possuem uma coloração preta a roxa, quando maduros. São muito apreciados para consumo in natur...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Albuquerque, Bianca R. (author)
Outros Autores: Calhelha, Ricardo C. (author), Pereira, Carla (author), Pires, Tânia C.S. (author), Barros, Lillian (author), Oliveira, Beatriz (author), Ferreira, Isabel C.F.R. (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2021
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10198/24055
País:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/24055
Descrição
Resumo:A jabuticabeira é uma árvore frutífera nativa do Brasil, sendo encontrada principalmente na Mata Atlântica. Os seus frutos, denominados por jabuticabas, são pequenas bagas de aproximadamente 2 – 3,5 cm que possuem uma coloração preta a roxa, quando maduros. São muito apreciados para consumo in natura devido ao agradável sabor da sua polpa; no entanto, o epicarpo, que é rígido e possui um sabor adstringente, não é comumente consumido, sendo responsável por grande parte do resíduo gerado no processamento de produtos derivados de jabuticaba [1]. A intensa coloração desta parte dos frutos é devida à concentração de pigmentos presentes na sua composição, nomeadamente antocianinas, que são compostos de grande interesse devido à sua coloração atrativa e às suas propriedades benéficas para a saúde [2]. Além disso, a presença de outros compostos fenólicos também tem sido relatada no epicarpo de jabuticaba [1,3]. Com o objetivo de valorizar este biorresíduo, o presente estudo teve como foco a determinação do seu perfil fenólico e a avaliação das suas propriedades bioativas, nomeadamente a atividade antioxidante, antimicrobiana e antiproliferativa. Os compostos fenólicos presentes no extrato do epicarpo de jabuticaba (EEJ) foram detetados por HPLC-DAD- ESI/MS. Os ensaios de bioatividade foram realizados por métodos in vitro: a atividade antioxidante foi determinada através da inibição da formação de substâncias reativas do ácido tiobarbitúrico (TBARS) e da inibição da hemólise oxidativa (OxLHIA); a atividade antimicrobiana foi avaliada pelo método da microdiluição contra oito bactérias patogénicas; e a citotoxicidade foi analisada pelo ensaio da sulforrodamina B com quatro linhas celulares tumorais e uma cultura primária de células não-tumorais. O epicarpo de jabuticaba apresentou um perfil fenólico constituído por catorze compostos fenólicos não antociânicos e dois antociânicos, sendo a cianidina-3-O-glucósido o composto mais abundante. Em relação às propriedades bioativas, o EEJ apresentou uma elevada atividade antioxidante, atividade antiproliferativa contra três linhas celulares tumorais e atividade antimicrobiana contra todas as bactérias avaliadas. Não foi observada hepatotoxicidade em células não-tumorais na maior concentração de extrato avaliada. Conclui-se, assim, que o EEJ apresenta uma composição rica em compostos fenólicos, principalmente em antocianinas, e que possui consideráveis propriedades bioativas, o que potencia o interesse da exploração deste biorresíduo para a obtenção de compostos de interesse para a indústria alimentar e farmacêutica.