A ferida exposta. A governança metropolitana em Lisboa em tempo de COVID-19

Resumo Esta tripla crise - sanitária, económica e social - não deixará nada nem ninguém indiferente. A reflexão aqui apresentada debruça-se sobre as difíceis e até incompreensíveis relações entre um nível de comando de escala nacional e os níveis operacionais intermunicipais e locais, encarregados d...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gonçalves,Jorge Manuel (author)
Format: article
Language:por
Published: 2020
Subjects:
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000300229
Country:Portugal
Oai:oai:scielo:S0430-50272020000300229
Description
Summary:Resumo Esta tripla crise - sanitária, económica e social - não deixará nada nem ninguém indiferente. A reflexão aqui apresentada debruça-se sobre as difíceis e até incompreensíveis relações entre um nível de comando de escala nacional e os níveis operacionais intermunicipais e locais, encarregados de fazer a sua tradução territorial. O reconhecimento da invisibilidade das entidades supramunicipais quer pela administração central, quer pelos próprios eleitos locais pode legitimar a interrogação: A quem interessa o seu apagamento? Essa desvalorização no contexto da Área Metropolitana de Lisboa (AML) tem sido indutora de riscos adicionais no presente e com potenciais consequências no futuro, ao serem aplicadas as orientações gerais emanadas pelas autoridades de saúde e de proteção civil a partir da visão diferenciada dos seus 18 municípios e centenas de outras entidades públicas, privadas e associativas. Esta reflexão conclui com a ideia de que se neste momento de reconstrução de um novo imaginário urbano e metropolitano não se conseguir avançar de modo significativo na sua governança, autonomia e legitimidade política, então é provável que tenhamos de assistir à lenta agonia de uma estrutura condenada apenas a protagonismos avulsos e interesseiros quer vindos do nível nacional quer vindos da escala local.