Propriedades nutricionais e bioativas da planta silvestre Raphanus raphanistrum L.

Desde a antiguidade, diferentes plantas silvestres comestíveis têm sido usadas na alimentação humana, desempenhando um papel particularmente relevante em tempos de escassez de alimentos. Recentemente, tem-se assistido a um aumento do interesse por este tipo de alimentos, devido não só à crescente pr...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Iyda, Júlia Harumi (author)
Outros Autores: Fernandes, Ângela (author), Ferreira, Flávio Dias (author), Alves, Maria José (author), Pires, Tânia C.S. (author), Barros, Lillian (author), Amaral, Joana S. (author), Ferreira, Isabel C.F.R. (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10198/18169
País:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/18169
Descrição
Resumo:Desde a antiguidade, diferentes plantas silvestres comestíveis têm sido usadas na alimentação humana, desempenhando um papel particularmente relevante em tempos de escassez de alimentos. Recentemente, tem-se assistido a um aumento do interesse por este tipo de alimentos, devido não só à crescente promoção por parte de chefs conceituados, mas também aos benefícios para a saúde associados ao seu consumo. Contudo, a informação disponível para algumas espécies silvestres continua a ser escassa. Desta forma, este trabalho visou o estudo das folhas de Raphanus raphanistrum L., conhecida vulgarmente como “labrestos” ou “saramagos”, com o objetivo de caracterizar a sua composição química e avaliar o seu potencial bioativo. A caracterização química incluiu a determinação de macronutrientes, composição em ácidos orgânicos, açúcares livres, ácidos gordos, tocoferóis e compostos fenólicos. Procedeu-se ainda à avaliação da atividade antioxidante por diferentes métodos (captação do radical DPPH, poder redutor, inibição da descoloração do β-caroteno e inibição da formação de espécies reativas do ácido tiobarbitúrico), da atividade antimicrobiana e da hepatotoxicidade. Os resultados obtidos mostraram que R. raphanistrum é uma fonte de compostos benéficos incluindo α-tocoferol, ácidos gordos polinsaturados (principalmente ácido α-linolénico) e diferentes compostos fenólicos. No total, foram identificados 14 compostos, muitos dos quais descritos pela primeira vez nesta planta, incluindo 12 flavonóis derivados do canferol e da quercetina, e dois ácidos hidroxicinamoilquínicos (derivados dos ácidos ferúlico e p-cumárico). Adicionalmente, as folhas de R. raphanistrum apresentam um baixo valor calórico, tendo um conteúdo proteico superior e lipídico inferior comparativamente a outros vegetais de folha verde da família Brassicaceae, tais como rabanete e couve-galega. Na avaliação do potencial bioativo utilizou-se o extrato hidroetanólico e a decocção, demonstrando ambos propriedades antioxidantes, capacidade de inibir o crescimento de diversas bactérias Gram-positivo e Gram-negativo, sem contudo revelar hepatotoxicidade. Em geral, os resultados evidenciam o interesse em recuperar o uso desta planta silvestre como parte de uma dieta variada e saudável.