Resumo: | Os navios à vela, como resultado de uma evolução global, têm ao longo dos tempos vindo, a ser substituídos por navios de propulsão mecânica. No entanto, os mercados correspondentes a estes dois tipos de propulsão não são totalmente concorrentes. Os navios-escola são exemplos da procura específica por este tipo de navios à vela, onde os cadetes podem ter um contacto direto com as componentes ambientais e a forma como estas afetam a manobra do navio. Contudo, por forma a tornar estes navios sustentáveis é necessário reinventar o conceito, nomeadamente em três pilares essenciais: segurança, eficiência e tecnologia. O N.E. “Sagres” da Marinha Portuguesa recorre a uma guarnição numerosa para a manobra do aparelho vélico, que enfrenta, frequentemente, condições atmosféricas adversas no desempenho das suas funções. Deste modo surge a necessidade de mecanizar, com recurso a aparelhos de força, algumas das manobras mais exigentes, criando melhores condições de segurança e eficiência. Neste sentido, é fundamental calcular os esforços associados ao aparelho vélico resultantes da própria inércia do equipamento como também da interação vento-equipamento. Para este efeito, efetuou-se um estudo que conciliou o conhecimento empírico característico da manobra destes navios, o dimensionamento efetuado na conceção do aparelho vélico, a criação de um modelo analítico que permita o cálculo matemático, a utilização de softwares com capacidade de simulação CFD e ainda um método experimental com recurso a túnel aerodinâmico num modelo físico à escala. Ou seja, pretendeu-se avaliar a combinação entre a forma mais tradicional de operação baseada essencialmente nos saberes associados à construção desta tipologia de navios, nos séculos passados, e as ferramentas atualmente disponíveis, com capacidades de análise mais rigorosas.
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