Summary: | Introdução: Em contexto clínico a empatia pode definir-se como a capacidade de entender as experiências, preocupações e perspetivas do paciente em relação à sua condição com o propósito de aprofundar a relação terapêutica, promover a sua efetividade, melhorar a qualidade dos serviços prestados e aumentar a satisfação de todos os envolvidos. Os objetivos desta revisão são investigar a importância do ensino da empatia nas escolas médicas, identificar os métodos pedagógicos usados nesse ensino e explorar a aplicação da empatia na prática clínica. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática de literatura nas bases de dados PubMED e Scielo. Dos artigos que resultaram desta pesquisa, selecionámos 34 que cumpriam os seguintes critérios de inclusão: avaliar a importância do ensino da empatia aos estudantes de medicina, a sua aplicação clínica e a implementação de métodos pedagógicos, publicados a partir do ano de 2000 e escritos em inglês, espanhol ou português. Resultados: De acordo com os artigos revistos a importância atribuída à empatia na prática da medicina é elevada e a relevância do seu ensino efetivo nas escolas médicas é reconhecida. Os métodos propostos para o ensino são diversificados, incluindo, por exemplo, a exposição de teorias e de técnicas ou a utilização de métodos mais ativos como o role-play. O ensino é realizado em diferentes anos do curso. A eficácia do ensino tem sido avaliada maioritariamente através da escala de empatia de Jefferson. A avaliação da aprendizagem é positiva, com resultados significativos após o ensino, mas os estudos longitudinais não confirmam a manutenção desta aprendizagem. Discussão/Conclusão: A empatia é reconhecida como uma competência essencial na prática clínica, que deve ser ensinada nas escolas médicas, existindo diversos métodos para realizar esse ensino com diferentes graus de eficácia. Os resultados da avaliação da aprendizagem são inconsistentes, o que sugere a necessidade de mais investigação sobre o ensino da empatia para melhorar a sua efetividade.
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