Resumo: | Em 1952, a poderosa elite das Caldas da Rainha, cuja influência se estendia às mais variadas instituições e organismos do concelho, viu a presidência da Câmara Municipal chegar às mãos de Fernando Pais de Almeida e Silva, então vereador do executivo camarário de Leiria. Durante os oito anos de mandato do novo edil, parte da elite caldense recorreu às páginas do jornal Gazeta das Caldas, que dirigia, para levar a cabo uma incessante oposição ao forasteiro que lhe havia tirado as lides do município. O objetivo desta dissertação é, numa primeira fase, descortinar as razões que conduziram à no-meação de Fernando Pais de Almeida e Silva como Presidente da Câmara das Caldas. Num con-texto autárquico que privilegiava os ilustres locais para a presidência dos seus respetivos conce-lhos – um fenómeno verificado tradicionalmente nas Caldas da Rainha – importa, pois, entender o que levou o poder central a tomar uma atitude diferente em 1952. Numa segunda parte, e adotando a metodologia de análise de conteúdo, tentaremos compreender em que moldes concretos se manifestou a oposição da elite caldense nas páginas do seu semaná-rio, a Gazeta das Caldas. A análise de conteúdo das edições do período entre 1952 e 1960 ajuda-rão a identificar as estratégias do seu grupo dirigente para fazer frente a Almeida e Silva. Não deixaremos, ademais, de explorar qual a reação do executivo camarário a esta oposição.
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