Summary: | Quer no âmbito do seu exercício artístico, quer na longa atividade crítica que desde sempre o acompanhou – desde a fase mais diretamente reivindicativa dos anos 40 a uma fase mais tardia, com início em finais da década de 60, em que o próprio fazer artístico ganha proeminência reflexiva –, Júlio Pomar tem inscrito sistematicamente a sua ação numa «zona de lacuna do conhecimento» (Matos & Faro), derivando da incerteza e de uma inquietação permanentes a principal força motriz do seu trabalho. Dessa mesma atitude interrogante e questionadora procederá o seu pessoal pensamento do retrato: «…uma coisa impossível de se fazer», teria afirmado sobre o género Dominique Ingres, num comentário que Pomar recordou, significativamente, por ocasião da apresentação do seu mais recente retrato de Vasco Graça Moura na Fundação Calouste Gulbenkian.
|