Summary: | A violência nas relações de intimidade constituem um grave problema de saúde pública e na maioria das situações iniciam-se na adolescência, com o namoro, fase em que não é identificada e suficientemente valorizada. Conhecer este fenómeno é essencial para implementação de programas de prevenção primária deste tipo de violência. Com o objetivo de conhecer as conceções dos jovens sobre o namoro e identificar as perceções que detêm sobre violência nestas relações, desenvolveu-se um estudo qualitativo de abordagem interpretativa com 20 jovens de idades entre os 16 e os 22 anos. Os dados foram colhidos através de focus grupo a análise qualitativa foi realizada de acordo com Minayo (2004). Os resultados evidenciaram 3 categorias: conceções de namoro: amizade colorida, namoro; perceções de violência nas relações de namoro: duplo padrão socioafetivo, manifestações de violência, razões para a violência, consequências de manter relações violentas, razões para manter relações violentas; atitudes face à violência: aceitação e pedidos de ajuda. Existe convergência entre géneros quanto à conceção e perceção de violência no namoro. A violência psicológica foi a mais referida, seguindo-se a violência física e por último a violência sexual. Verificaram-se diferenças entre géneros no que refere às desigualdades sociais, violência física, violência sexual, razões para a violência e razões para manter relações violentas. Verifica-se que as conceções e perceções encontradas vão de encontro ao referido na literatura. O conhecimento daqui resultante fornece elementos importantes para a atuação dos profissionais e formulação/implantação de programas adequados. Salienta-se ainda a necessidade de monitorização constante das dinâmicas sociais.
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