Resumo: | Cada vez mais as famílias recorrem à procura de creches como necessidade e apoio à educação dos filhos. O aumento da importância dada à creche encaminhou-nos para uma maior preocupação sobre as atividades que nela se praticam e as suas perspetivas. Deste modo, o presente trabalho de investigação surgiu da preocupação de um desenvolvimento do trabalho pedagógico de qualidade a desenvolver na resposta social de creche. Esta preocupação surge aliada à ausência de linhas orientadoras pedagógicas na valência de creche e à ausência de uma supervisão pedagógica neste contexto educativo. No desenrolar do presente estudo tentámos compreender os sentidos e significados que as educadoras de infância atribuem às suas práticas pedagógicas, ou seja, como pensam e desenvolvem o seu trabalho no contexto de creche, bem como as suas perceções nesta resposta social, como se vêem a si próprias enquanto educadoras de crianças dos zero aos três anos. Em suma, quais as perceções sobre o seu profissionalismo docente e a sua identidade profissional no contexto de creche. Os objetivos gerais da investigação, que nos propusemos estudar, estão relacionados com o conhecimento de alguns aspetos das suas trajetórias pessoais e profissionais, a identificação da necessidade (ou não) de orientações curriculares a desenvolver junto da primeira infância e da importância atribuída à existência de uma supervisão pedagógica na resposta social de creche. Do ponto de vista metodológico, o estudo apresenta uma natureza qualitativa baseada em entrevistas realizadas a educadoras de infância. A análise da informação recolhida permitiu compreender que as educadoras de infância procuram atribuir à educação das crianças em contexto de creche uma intencionalidade educativa no sentido de se desvincular da visão assistencialista que tende a prevalecer. A existência de um currículo específico para creche, isto é, a necessidade de orientações curriculares para creche surge, assim, como meio de atribuição desse caráter educativo e de uma prática pedagógica de qualidade nesta resposta social. Todos estes aspetos conduzem a traços identitários destas educadoras e singularizam a sua identidade profissional.
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