Democracia e diversidade cultural

Com o dito latino Hic rhodus hic saltus, referido no prefácio da sua Filosofia do Direito, pretendia Hegel sublinhar que cabe à filosofia estudar o que é, o real, e não o que deveria ser. Nos anos 60 do século XX, o real era, para os estudos culturais ingleses, a revolução cultural em curso desde os...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Serra, Paulo (author)
Outros Autores: Serra, Bruno (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2017
Assuntos:
Texto completo:https://doi.org/10.21814/rlec.239
País:Portugal
Oai:oai:journals.uminho.pt:article/1826
Descrição
Resumo:Com o dito latino Hic rhodus hic saltus, referido no prefácio da sua Filosofia do Direito, pretendia Hegel sublinhar que cabe à filosofia estudar o que é, o real, e não o que deveria ser. Nos anos 60 do século XX, o real era, para os estudos culturais ingleses, a revolução cultural em curso desde os finais da II Guerra Mundial, e que tornava crucial o estudo de questões como as da relação entre cultura e poder, cultura popular e cultura de massa, homogeneidade cultural e diversidade cultural. As reflexões dos autores dos estudos culturais, ingleses e outos, em relação a estas questões, continuam hoje a ser cruciais e, diríamos mesmo, mais cruciais do que nunca. Partindo do trabalho levado a cabo pelos estudos culturais no domínio da cultura, o presente artigo reflete sobre as condições de uma democracia que respeite a pluralidade e a diferença das culturas, não só a nível do estado nacional, hoje em profunda mudança, mas também a nível mundial/global. De forma algo anacrónica, deixamos Hegel e a sua ancoragem ao real para regressarmos a Kant e ao seu ideal de uma sociedade cosmopolita.