Summary: | Este estudo pretende analisar o perfil socioeconómico dos familiares do Santo Ofício, agentes leigos da Inquisição, que viveram no concelho de Évora, entre 1701 e 1750.Como fontes primárias foram utilizadas as habilitações do Santo Ofício; complementadas com a análise de fontes de cariz financeiro. Partiu-se de um exercício de prosopografia. De onde eram oriundos estes indivíduos? Em que feguesias de Évora residiam? Com que idade obtinham a carta de familiar? Quais os seus atributos socioeconómicos? São algumas das questões que pretendemos responder ao longo destas páginas. À medida que os quadros inquisitoriais se foram definindo, a Inquisição ganhou características de entidade promotora da distinção social. Em Évora, este aspecto tornou-se passível de observação através das articulações com a nobreza local. É conhecida a penetração dos familiares nos postos camarários. Em Évora aconteceria da mesma forma? Em que medida ser um «município fidalgo» condicionaria o acesso às vereações? Outro dos objectivos deste trabalho é localizar os níveis de rendimento destes agentes na pirâmide financeira da urbe alentejana, recorrendo-se para isso aos registos de pagamento da décima militar do ano de 1723.
|