Summary: | O nascimento dos filhos, principalmente o primeiro, reduz a qualidade conjugal, obrigando a uma adaptação complexa e à realização de uma variedade específica de tarefas desenvolvimentais (Belsky & Rovine, 1990), embora o vínculo ao bebé não fique comprometido. Foram objetivos do estudo: Comparar a satisfação com a vida conjugal nos casais na gravidez e depois do nascimento; Comparar a vinculação pré e pós-natal de cada progenitor; Conhecer a associação entre a satisfação conjugal e a vinculação materna e paterna pós-natal. Realizou-se um estudo quantitativo longitudinal, com 134 sujeitos (67 casais); utilizou-se um questionário sócio-demográfico e clínico, a escala de satisfação conjugal e a escala de vinculação pré e pós-natal. As avaliações foram realizadas no 2º trimestre de gravidez e 8 meses após o nascimento. Os resultados mostraram que a satisfação conjugal não é diferente entre os membros dos casais, quer na gravidez quer depois do nascimento, embora as mulheres estejam, em média, menos satisfeitas com a conjugalidade do que os homens. Do período de gravidez para o período pós-natal, a satisfação conjugal decresce nas mulheres e nos homens. Entre os dois períodos, na mulher não se encontraram diferenças na vinculação ao filho. No homem, a vinculação aumenta no período pós-natal embora os valores continuem mais elevados nas mulheres do que nos maridos, dentro do casal. A correlação entre a satisfação conjugal e a vinculação parental é positiva. Conclui-se que depois do nascimento do filho a satisfação conjugal decresce para ambos os cônjuges. A vinculação ao filho mantém-se estável nas mulheres em ambos os períodos. Nos homens, aumenta depois do nascimento.
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