| Resumo: | Os eventos adversos no cuidado à pessoa em situação crítica são maioritariamente atribuídos à falha de competências não técnicas, como a comunicação e a liderança. O treino destas competências, com recurso à simulação de alta fidelidade, deve ser agregado ao processo formativo da equipa de emergência. Neste sentido, o objetivo deste estudo é analisar se o treino de competências não técnicas (comunicação e liderança) em contexto de práticas clínicas simuladas, com recurso a simulação de alta fidelidade, tem influência no conhecimento, na performance, na autoconfiança e na satisfação dos Enfermeiros do Serviço de Urgência, para atuar em situações de emergência. Trata-se de um estudo quantitativo, de carácter pré-experimental, com desenho antes-após com grupo único. Foi desenvolvido e implementado um programa de formação de práticas clínicas simuladas, com recurso a cenários de simulação de alta fidelidade, para treino de competências não técnicas (comunicação e liderança) em situações de emergência. A amostra é não probabilística por conveniência, constituída por 20 enfermeiros do Serviço de Urgência. Os resultados demonstraram uma melhoria estatisticamente significativa do conhecimento e da autoconfiança. Quanto à performance, embora a amostra tenha evidenciado uma melhoria substancial tanto na comunicação como na liderança, os resultados não foram estatisticamente significativos. Os enfermeiros demonstraram satisfação elevada com o programa de formação com recurso à simulação de alta fidelidade. A evidência que este trabalho de investigação gerou revela que o treino de competências não técnicas, comunicação e liderança, em situações de emergência, com recurso à simulação de alta fidelidade, é promissor para a melhoria da qualidade dos cuidados, segurança do doente e ganhos em saúde neste contexto. A simulação de alta fidelidade evidencia-se como um bom método pedagógico nos processos de formação profissional contínua em Enfermagem.
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